Dados do Trabalho


Título

Atividade antiviral de compostos sintéticos no tratamento da infecção pelo HCV in vitro.

Introdução

A hepatite é uma doença com prevalência global de 3% dos casos de infecção pelo vírus da hepatite C (HCV), o que corresponde a 130 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo. O HCV atualmente compete com a doença hepática alcoólica como principal causa de hepatite crônica, com evolução para cirrose ou hepatocarcinoma, sendo o HCV a causa mais frequente de transplante hepático. Recentemente, surgiram novos fármacos para o tratamento da infecção pelo HCV com menos efeitos colaterais e maior eficácia, compondo esquemas terapêuticos “interferon-free”, como por exemplo, o Simeprevir. Entretanto o surgimento de casos de resistência e ineficácia desses compostos sobre algumas condições, como sobre o genótipo 3 do HCV, demonstram a necessidade da procura de novas opções terapêuticas.

Objetivo (s)

Avaliar a atividade imunomoduladora de compostos sintéticos no contexto da infecção in vitro pelo HCV visando a descoberta de novos agentes antivirais.

Material e Métodos

Utilizamos neste projeto células de linhagem hepatocitária humana Huh 7.0 infectadas, ou não, com cepas do genótipo 3 do HCV, o qual é menos responsivo ao tratamento com os esquemas “interferon-free”. Obtivemos o IC50 dos compostos sintéticos testados, T-MXI e T-DAG, através do tratamento das células com esses compostos na faixa de [2 ng/mL a 100μg/mL] durante 72 horas. Após esse período obtivemos esses valores através de técnica espectrofotométrica descrita por Zhang & Cols, 1999. Com os sobrenadantes promovemos os testes de ELISA para detecção de LDH, AST, ALT e citocinas de perfil pró e anti-inflamatório.

Resultados e Conclusão

Atualmente, foram testados 360 compostos e descobrimos a promissora ação inibitória de dois compostos (T-MXI e T-DAG), na faixa de [100 μg/mL], sobre a proteína NS3 viral com perfil inibitório de 80% e 70% respectivamente. Também testamos a citotoxicidade, onde não observamos tal evento nas células tratadas com os compostos em uma faixa de [400 μg/mL] por 24 horas. Também obtivemos os seguintes valores de IC50 dos compostos T-MXI e T-DAG, os quais foram respectivamente 93 nM e 81 nM. Observamos que ambos os compostos não atuaram na liberação de IL-10, mas aumentaram a produção de INF-α em 50% e 60%, estimulando assim uma resposta antiviral. Nossos resultados podem contribuir para a descoberta de novos antivirais para o tratamento de casos de infecção pelo HCV.

Palavras-chave

HCV, NS3, Fármacos, Triagem.

Agradecimentos

CNPq, Faperj e Fiocruz.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Lucas Souza Leite, Andreon Santos Machado Silva, Marcelo Alves Pinto, Rômulo José Soares Bezerra