Dados do Trabalho


Título

Perfil clínico e fatores de risco da COVID-19 em pacientes hospitalizados do Rio de Janeiro: Comparação entre a primeira e a segunda onda pandêmica

Introdução

Desde que a COVID-19 foi declarada uma pandemia, o Brasil se tornou um dos países mais afetados por esta doença. Um ano após o início da pandemia, surgiu uma segunda onda de COVID-19, com uma rápida disseminação de novas linhagem de SARS-CoV-2. Várias vacinas foram licenciadas, levando a uma diminuição da mortalidade e casos graves. No entanto, o surgimento de variantes do SARS-CoV-2 alerta para potenciais novas ondas de transmissão e um aumento na patogenicidade.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi comparar os dados demográficos e clínicos de pacientes com COVID-19 hospitalizados no HUCFF/UFRJ-RJ durante a primeira e segunda ondas, entre julho de 2020 e outubro de 2021.

Material e Métodos

Foram incluídos no estudo 114 pacientes, sendo 106 positivos para SARS-CoV-2, classificados em não-grave (n=67) e grave (n=39). Foram coletadas amostras de soro e swab de nasofaringe de todos os indivíduos e os dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos por consulta a prontuários médicos.

Resultados e Conclusão

A maioria dos pacientes era do sexo feminino (50,9%), com média de idade de 62,82+16,28 anos. Todos os participantes possuíam pelo menos uma comorbidade, sendo hipertensão (78,3%), diabetes (34,9%) e doenças cardiovasculares (27,3%) as mais presentes. A idade média do grupo grave (69 anos) foi significativamente maior do que do grupo não grave (59 anos) (p=0,01). Entre as comorbidades, a frequência de doença neurológica foi significativamente maior no grupo grave (n=12) (p=0,01). Em relação aos sintomas, dispneia estava significativamente mais presente no grupo grave. Os níveis de bilirrubina direta, proteína C reativa, GGT, LDH, creatinina, pico de ferritina e contagem de neutrófilos foram significativamente maiores no grupo grave (p<0,05). A carga viral foi significativamente maior no grupo grave (Ct=24,6) do que no não-grave (Ct=28,6). Em conjunto, esses parâmetros podem ser considerados fatores preditivos para gravidade da COVID-19. Durante a segunda onda, o uso de suporte de O2 foi significativamente maior (p=0,03) e foi observada uma maior frequência de hepatite aguda em pacientes com COVID-19 (29,6%) comparada a primeira onda (8,6%) (p=0,01), sugerindo que a progressão da segunda onda resultou em um aumento de casos mais graves. Esses resultados ajudam a entender a COVID-19 no Brasil, sendo fundamental para guiar o tratamento dos pacientes e a criação de políticas públicas eficazes de controle e prevenção.

Palavras-chave

COVID-19,fatores de risco,epidemiologia

Agradecimentos

ProgramaINOVAFiocruz;FAPERJ;IOC-Fiocruz.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Beatriz Chan Rio, Wagner Luis Coelho, Arthur Daniel Alves, Vanessa Cristine Carneiro, Otacilio da Cruz Moreira, Vanessa Salete de Paula, Andreza Salvio Lemos, Dmitry José Sarmento , Soniza Vieira Alves-Leon, João Paulo da Costa Gonçalves, Luciane Almeida Amado