Dados do Trabalho


Título

Monitoramento nacional da resistência de Aedes aegypti ao larvicida espinosade durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, 2020/2023.

Introdução

O monitoramento da resistência a inseticidas em populações de vetores deve ser uma atividade periódica. Todavia, a pandemia de COVID-19 trouxe impedimentos e dificuldades para todos os segmentos.

Objetivo (s)

O objetivo do estudo foi avaliar a suscetibilidade do Aedes aegypti ao Natular 20EC (espinosade), larvicida usado no Brasil.

Material e Métodos

Entre 2020 e 2023, populações de Ae. aegypti provenientes de 46 municípios das 27 unidades federativas foram avaliadas. Durante o estudo, os métodos foram adaptados para respeitar protocolos de distanciamento e proteção devido à pandemia. Eventos on-line capacitaram os profissionais locais para realizar as etapas de coleta e envio de amostras. Foi utilizado o Google Earth para delinear quadrantes correspondentes aos pontos amostrados e as grades resultantes foram disponibilizadas em formato "kmz" para instalação das ovitrampas nos municípios, permitindo a representatividade geográfica da amostra. Agentes municipais de controle de endemias coletaram ovos do mosquito por meio de ovitrampas entre 2021 e 2022 e os enviaram aos laboratórios estaduais de entomologia. Posteriormente, as palhetas foram encaminhadas ao LBCVIV/Fiocruz e divididas em duas partes para otimizar o tempo de análise, com uma parte sendo analisada no LBCVIV e a outra no LEnA/Sucen. Após a eclosão, criação, triagem, obtenção de nova geração das populações e determinação da concentração letal 99 com a linhagem de referência de suscetibilidade Rockfeller, larvas de mosquitos da geração F1 ou até F3 foram submetidas a bioensaios tipo dose diagnóstica com espinosade, seguindo guia da OMS.

Resultados e Conclusão

Das 15.891 palhetas instaladas, 43,7% foram positivas. Foram triados 105.604 mosquitos, 92,5% Ae. aegypti e 7,5% Aedes albopictus. A dose diagnóstica encontrada para espinosade foi de 1,2mg/L. As 46 populações de Ae. aegypti avaliadas foram suscetíveis ao espinosade, com mortalidade de 99,8 a 100% após 24 h de exposição ao produto. A colaboração entre as esferas municipal, estadual e federal possibilitou a realização do estudo, apesar da complexidade trazida pela pandemia do COVID-19. O larvicida espinosade foi eficaz contra o Ae. aegypti em todas as populações avaliadas. Esses resultados auxiliarão na formulação de novas estratégias de controle vetorial e ratificam que a colaboração entre esferas governamentais contribui positivamente para a saúde pública do país.

Palavras-chave

Inseticida, espinosade, mosquito, resistência, COVID-19

Agradecimentos

Financiamento: Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Luciana dos Santos Dias, Cynara de Melo Rodovalho , Diogo Fernandes Bellinato, Tatiana Mingote Ferreira de Ázara, Aline Machado Rapello do Nascimento, Maria de Lourdes da Graça Macoris, Maria Teresa Macoris Andrighetti, Ademir de Jesus Martins Júnior, José Bento Pereira Lima