Dados do Trabalho
Título
Perfil etiológico de casos de meningite bacteriana identificados por ensaios moleculares no município de São Paulo no período de 2018 a 2022
Introdução
A meningite bacteriana (MB) permanece uma preocupação em saúde pública pela alta taxa de morbidade e letalidade e pela possibilidade de ocorrência de surtos. Neisseria meningitidis (Nm), Streptococcus pneumoniae (Spn) e Haemophilus influenzae (Hi) são os patógenos mais comuns associados à meningite em crianças fora do período neonatal e nos adultos. O Instituto Adolfo Lutz (IAL), como Laboratório de Referência Nacional para o agravo, padronizou e implantou em sua rotina diagnóstica um ensaio de PCR em tempo real (qPCR) in house em formato multiplex para detecção dos três patógenos, além de ensaios para identificação dos principais genogrupos de Nm e genotipos de Hi. Esses ensaios de qPCR têm sido utilizados desde 2010 no IAL contribuindo para o diagnóstico e vigilância laboratorial da MB no município de São Paulo.
Objetivo (s)
O trabalho teve como objetivo avaliar o perfil etiológico dos casos de MB identificados por ensaios de qPCR in house no município de São Paulo, no período de 2018 a 2022.
Material e Métodos
Amostras de líquido cefalorraquidiano e/ou soro de 3220 casos suspeitos de MB foram analisadas no IAL por ensaios de qPCR. O DNA extraído foi submetido aos ensaios de qPCR para detecção de Nm, Spn ou Hi. Sendo positivo para Nm ou Hi, foi realizada qPCR para identificação dos genogrupos de Nm ou genotipos de Hi.
Resultados e Conclusão
A positividade total foi de 29,4%, sendo que 372 (11,6%) casos foram positivos para Nm, 510 (15,8%) para Spn e 66 (2,0%) para Hi. Entre os casos positivos para Nm, 54,8% foram identificados como genogrupo B, 35,0% como C, 3,2% como W, 0,3% como X, 1,3% como Y e 5,4% como não-genogrupáveis. Entre os positivos para Hi, 43,9% foram do genotipo a, 28,9% de b, 1,5% de e, 3,0% de f e 22,7% foram não-genotipáveis. No período da pandemia de COVID-19, observou-se redução do número de casos de MB identificados por qPCR de 57,2% em 2020, 61,4% em 2021 e 19,1% em 2022, em relação ao período pré-pandemia (2018-2019).
Os dados do presente trabalho demonstraram maior frequência de Spn entre os agentes causadores de MB identificados por ensaios moleculares (qPCR). Os ensaios de qPCR têm sido uma ferramenta importante para identificação rápida dos principais agentes etiológicos associados à MB, contribuindo para caracterização epidemiológica da doença e auxiliando a Vigilância Epidemiológica na implantação de estratégias para o controle e monitoramento do agravo.
Palavras-chave
meningite bacteriana, reação em cadeia da polimerase em tempo real, diagnóstico molecular
Agradecimentos
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Lucila Okuyama Fukasawa, Fábio Takenori Higa, Maria Gisele Gonçalves, Maristela Marques Salgado