Dados do Trabalho


Título

Desenvolvimento de painel individualizado de predisposição às reações hansênicas e incapacidades físicas na hanseníase

Introdução

A hanseníase é uma doença que pode resultar em incapacidades físicas irreversíveis. Nesse viés, um modelo para indicar a chance de uma pessoa afetada pela doença ter o quadro clínico agravado possibilitaria uma intervenção precoce para prevenir sequelas permanentes.

Objetivo (s)

Objetiva-se descrever os resultados da construção de um modelo de inteligência artificial (IA) que analisa dados clínicos para predisposição ao desenvolvimento de sequelas permanentes na hanseníase.

Material e Métodos

Tratou-se de um estudo de metodologia mista, de prevalência e de desenvolvimento tecnológico, a partir da realização de três etapas: coleta, tabulação e análise de dados. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, por meio do relatório de parecer nº 4.111.379.

Resultados e Conclusão

Foram coletados dados de 326 prontuários médicos de pessoas com hanseníase dos municípios da segunda macrorregião de saúde do estado de Alagoas. Foram excluídos os prontuários sem o grau de incapacidade física (GIF) informado (N=16), resultando em 310 prontuários. Desses, 51,5% (N=168) eram do sexo masculino. Quanto à faixa etária, 39,9% (N=130) eram adultos jovens. Quanto à escolaridade, 38,7% (N=126) tinham o ensino fundamental incompleto. Para raça, 43% (N=140) eram pardos. Na baciloscopia da linfa, 67,2% (N=219) foram negativas. Na classificação operacional, 56,1% (N=183) eram multibacilares. 28,9% (N=94) tinham forma clínica dimorfa. 89,9% (N=293) apresentaram nariz sem alterações e 52,5% (N=171) olhos com alterações. Quanto aos membros superiores, 74,5% (N=243) apresentaram-se com força muscular preservada, 63,5% (N=207) sem alterações em nervos e 64,7% (N=211) com sensibilidade das mãos preservada. Já os membros inferiores, 79,4% (N=259) apresentaram-se com força muscular preservada, 58% (N=189) sem alterações em nervos e 70,9% (N=231) com sensibilidade dos pés diminuída. 56,4% do total (N=184) apresentaram GIF 0. Quanto aos episódios reacionais, 87,7% (N=286) não apresentaram. Para contatos confirmados, 62,9% (N=205) estavam sem dados. Logo, o modelo classificador com melhor desempenho foi o Random Forest (acurácia 75,8%) e as feature importants de maior peso para o GIF foram idade (7,5%), escolaridade (8,3%), grau de sensibilidade das mãos (9,6%) e da força dos membros inferiores (7,9%). Assim, a modelagem IA pode ser uma ferramenta crucial na precisão do reconhecimento das incapacidades físicas em hanseníase.

Palavras-chave

hanseníase; incapacidades físicas; inteligência artificial.

Agradecimentos

PPSUS/FAPEAL/CNPQ

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Ayara Jhulia Palmeira Dantas Lima, Vitória Ingryd dos Santos Cardoso, Givanildo Lima do Nascimento Junior, Alan Pereira da Silva, Walcélia Oliveira Santos, José Karlisson Tavares Valeriano, José Roberto Amorim, Heloísa de Almeida Freitas, Fabiane da Silva Queiroz, Carolinne de Sales Marques