Dados do Trabalho


Título

COVID19 NAS PRISÕES: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO A UM SURTO

Introdução

Implicado em todas as mudanças sociais que a pandemia trouxe, os gestores/poderes necessitaram repensarem políticas e ações de mitigação de danos frente ao Covid19 nas Unidades Prisionais (UP). Ficou evidente a vulnerabilidade de certos grupos populacionais, dentre eles a População Privada de Liberdade (PPL). Estima-se que 1 pessoa contaminada nesse ambiente contamine até 10 pessoas (SANCHEZ, 2020). E, ainda que medidas tenham sido tomadas, o país logrou a segunda colocação mundial dos casos de COVID-19 na PPL (DEPEN, 2020).

Objetivo (s)

Frente à problemática exposta, o presente relato visa expor as estratégias de enfrentamento a um surto da COVID-19 em uma unidade prisional, e o cuidado à população prisional e expor o perfil de acometidos nessa unidade.

Material e Métodos

Retrata o enfrentamento a um surto de COVID-19 vivenciado em um presídio brasileiro. A UP abarca detentos do sexo feminino e masculino é composta por equipe de saúde multidisciplinar e recebe detentos nos diversos regimes corretivos. O recorte temporal para análise do evento foi do mês 06 de 2020 ao fim do mês 08 de 2020. O diagnóstico foi executado coleta de material nasofaringe e análise pelo RT-PCR. Os dados analisados foram retirados de planilhas paralelas e do sistema de Gerenciamento e Análise Laboratorial – GAL sendo, portanto, de fontes secundárias.

Resultados e Conclusão

Foram 526 contaminados na PPL durante o surto, sendo seu pico em agosto. Ao ser identificado pactuou-se: Segregação de detentos em áreas vagas conforme sintomas e confirmação diagnóstica; ampla testagem com testes moleculares; garantia de insumos, medicação sintomática e transporte de amostras pelo ente estadual; disponibilização de leito retaguarda e fluxos de exames de imagem pelo ente municipal, bem como transporte via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
O perfil de contaminados foi de internos (75,6%, n=464) em detrimento de servidores (24,4%, n=62), do sexo masculino (94,1%, n=495) todos com síndrome gripal leve a qual não evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave ou óbito. Todos os pavilhões foram afetados com o surto com uma taxa de positividade de 68,4% da unidade.
Condições permissivas ao desencarceramento foram estimuladas no período pandêmico. O enfrentamento nessa unidade prisional somente foi exitoso devido a essa política, uma vez que foi possibilitado o rodizio e isolamento dos detentos. Além disso, ações integradas Saúde e Justiça, município e estado, favoreceram uma ação coordenada e desfechos sem óbitos.

Palavras-chave

Covid19; Prisão; Surto; Pandemia

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

KARINE LINS HORA CARVALHO, ROSIDALVA BARRETO DA SILVA SOUSA, EVERTON COSTA RAMALHO, DENISE RODRIGUEZ DINIZ