Dados do Trabalho
Título
Tendência da sífilis em gestantes por território de identidade, Bahia, 2011-2020.
Introdução
A prevalência de sífilis em gestantes é ascendente mudialmente, representando um problema de Saúde Pública devido à possibilidade de transmissão congênita. Na Bahia, estado brasileiro, a taxa de detecção da sífilis em gestantes cresceu cerca de 80% entre 2013 e 2020. Tendo em vista a ascendência do agravo se faz necessário delimitar a distribuição espaço-temporal, assim como caracterizar as gestantes acometidas pela doença, a fim de embasar políticas públicas de saúde resolutivas.
Objetivo (s)
Identificar a tendência e distribuição da sífilis gestacional na Bahia por territórios de identidade no período de 2011 a 2020 e caracterizar as gestantes acometidas pela doença.
Material e Métodos
Estudo agregado misto descritivo realizado cuja fonte de dados foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Calcularam-se as taxas de detecção da sífilis em gestantes entre 2011 e 2020 para todos os territórios de identidade da Bahia, apresentados graficamente e a respectiva variação percentual no período. Caracterizaram-se as gestantes de acordo com a cor da pele; faixa etária; classificação clínica da doença e teste diagnóstico empregado (Treponêmico e não Treponêmico) por meio das frequências absoluta e relativa.
Resultados e Conclusão
Foram notificados 20.133 casos de sífilis em gestantes na Bahia entre 2011 e 2020. A taxa de detecção variou de 3,9 a 11,19 casos/1.000 Nascidos Vivos no período. Observou-se tendência crescente entre 2011 e 2012, com queda significativa em 2013 (93%). Posteriormente, houve aumento progressivo do número de casos até 2018 e nova queda menos acentuada entre 2019 e 2020.As gestantes acometidas pela doença eram pardas/pretas (97%), idade entre 20 e 39 anos (72%), diagnosticadas com sífilis primária (41,5%), reagentes aos testes não treponêmico (81,9%) e treponêmico (76,8%). Os territórios de identidade com maiores taxas de detecção foram Extremo Sul, Médio Sudoeste da Bahia e Litoral Sul e as menores foram em Irecê, Sertão Produtivo e Bacia do Paramirim. A maior variação percentual ocorreu na Chapada Diamantina e a menor, no território Metropolitano de Salvador. Foi identificada progressão da sífilis em gestantes em todos os territórios de identidade da Bahia, fazendo-se necessário intensificar as ações de detecção e tratamento das mulheres em idade fértil e gestantes, assim como de seus parceiros, a fim de evitar interromper a cadeia de transmissão e prevenir a sífilis congênita que possui importantes custos sociais.
Palavras-chave
Sífilis. Gestação. Infecções sexualmente transmissíveis.
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado
Autores
Larissa Neves Dias, Jorgana Fernanda Soares, Vânia Priamo