Dados do Trabalho

Título

Fasciolíase: Relato de caso

Objetivos(s)

Relatar caso de uma paciente com fasciolíase autóctone no estado do Rio de Janeiro.

Relato do Caso

INTRODUÇÃO: A fascíola hepática é a principal espécie causadora de infecções zoonóticas por vermes achatados nas vias biliares humanas. Sendo o homem hospedeiro definitivo acidental e esporádico.

CASO CLINICO: Paciente, 53 anos, feminino, branca, natural do Rio de Janeiro, do lar, relata dor em ombro direito, há 2 meses, tendo como fator de melhora o uso de medicação composta por: cafeína, carisoprodol, diclofenaco sódico, paracetamol. Paciente evolui com epigastralgia, associada a plenitude pós-prandial. Refere ainda fraqueza, associada a vertigem e a dispneia. Nega alterações no trânsito intestinal e nauseas/ vômitos.

História epidemiológica: Atividade de lazer: Banho de rio. Possui em sua residência horta, onde cultivava agrião, alface, espinafre. Nega tabagismo e etilismo.

Exame físico: BEG, lucida e orientada, acianotica, ictérica (+/4+), afebril ao toque, hipocorada, eupneica em ar ambiente.
ABD: Atípico, RHA+, flácido e doloroso a palpação em hipocôndrio direito.

Paciente realizou exames laboratoriais que evidenciavam queda da hemoglobina, com aumento das transaminases e das bilirrubinas.
Realizada tomografia de abdome total com contraste que foi visualizada coleções subescapulares hepáticas, com contorno irregular entre as coleções e o parênquima pela invasão dos parasitas, penetrando no parênquima.
Na ressonância magnética, sem contraste, mostrou área de sinal alto no meio da coleção, compatível com sangramento. Presença de irregularidades entre as coleções hepáticas subcapsulares e o parênquima hepático, considerados como os "trajetos" feitos pelos parasitas invadindo o fígado.
Foram coletadas 3 amostras para realização do exame parasitológico de fezes. Exame realizado pela técnica de Hoffman, Pons e Jener em todas as amostras. Sendo identificados ovos de Fascíola hepática em uma das amostras. Desta forma, sendo fechado o diagnóstico de fasciolíase.

Foi instituído o tratamento com triclabendazol, havendo a regressão total das lesões nos exames de imagem e melhora do quadro clinico.

Conclusão

A fasciolíase é uma doença pouco frequente em nosso meio. O diagnóstico nem sempre é fácil e muitas vezes requer a elevada suspeita clínica, associada a história epidemiologia do paciente. O diagnóstico definitivo é realizado através da identificação dos ovos de Fascíola hepática nas fezes. O tratamento de escolha é o triclabendazol, medicação de difícil acesso no Brasil.