Dados do Trabalho

Título

ESTUDO DO PAPEL ANTILEISHMANIA E IMUNOMODULADOR DA FISALINA F EM MACRÓFAGOS HUMANOS

Introdução

Os macrófagos são células importantes em processos inflamatórios e a sua desregulação pode afetar diversas doenças, tais como doenças autoimunes e doenças parasitárias, incluindo as leishmanioses. O tratamento disponível para a leishmaniose cutânea é tóxico e está associado à falha terapêutica, resistência parasitária, alto custo e tempo de administração prolongado. A fisalina F, um seco-esteróide purificado de Physalis angulata L., possui propriedades farmacológicas promissoras com potente atividade antileishmania e imunomoduladora já descrita em camundongos.

Objetivo (s)

Este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade anti-Leishmania braziliensis e o papel imunomodulador em macrófagos humanos da fisalina F, in vitro.

Material e Métodos

Macrófagos humanos foram obtidos de PBMC de doadores sadios. A dosagem de citocinas inflamatórias foi realizada pelo método de ELISA no sobrenadante de macrófagos humanos estimulados com LPS e com adição ou não de fisalina F ou dexametasona. A citotoxicidade da fisalina F em macrófagos humanos e a viabilidade de promastigotas de L. braziliensis foram mensuradas utilizando o Alamar Blue®. A atividade antiparasitária da fisalina F em macrófagos humanos foi determinada após 24 horas de infecção com L. braziliensis. Ensaios de citometria de fluxo e de microscopia eletrônica foram realizados para avaliação dos possíveis mecanismos de ação da fisalina F em promastigotas de L. braziliensis.

Resultados e Conclusão

A fisalina F reduziu a produção das citocinas pró-inflamatórias IL-6, IL-1β e TNF-α por macrófagos ativados. Nos ensaios de citotoxicidade, apresentou o valor de CC50 de 6,07 ± 1,17 µM. Este composto também inibiu a proliferação de formas promastigotas de L. braziliensis, com valor de IC50 de 10,85 ± 0,99 µM e reduziu o número de macrófagos infectados e o número de amastigotas por macrófago, quando comparado com os controles. Em promastigotas, o surgimento de inclusões lipídicas, encurtamento do corpo celular, o afrouxamento e a destruição de membrana foram observados na análise ultraestrutural por MEV e MET após o tratamento com fisalina F. Análises de citometria de fluxo indicam que a fisalina F induz um mecanismo de morte similar à apoptose em L. braziliensis. Conclui-se que este trabalhou demonstrou que a fisalina F inibiu a ativação de macrófagos humanos e promoveu uma atividade promissora contra promastigotas e amastigotas de L. braziliensis.

Palavras-chave

Macrófagos humanos, fisalina F, imunomodulação, leishmaniose cutânea.

Agradecimentos

FIOCRUZ -BA, UFBA, UNEB, FAPESB e CNPQ.