Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ (PA)

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que possui tropismo pelas células dos nervos periféricos. No Brasil, esta doença ainda é um problema de saúde pública, pois acomete de forma majoritária a população socioeconomicamente desfavorecida, e o Pará é um dos estados do Brasil que ainda apresenta desafios para seu controle. Neste cenário, municípios localizados na Amazônia brasileira, como os do arquipélago do Marajó-PA, são considerados locais de alta endemicidade, uma vez que a baixa qualidade de vida é apontada por vários autores como fator importante na transmissão da doença.

Objetivo (s)

Analisar a evolução sociodemográfica e epidemiológica de casos novos de hanseníase nos municípios do arquipélago do Marajó, no período de 2001 a 2020.

Material e Métodos

Estudo ecológico descritivo, com dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Resultados e Conclusão

Analisou-se 2.906 casos novos. A caracterização sociodemográfica predominou em adultos (38%), do sexo masculino (59,6%), da raça/cor parda (73%), com ensino fundamental incompleto (58,4%), residentes de zona urbana (54,5%). Na caracterização clínica, prevaleceu a classificação multibacilar (63,3%) e dimorfa (40,9%). Sobre o grau de incapacidade física no diagnóstico e na cura, para ambos predominou o grau 0, com 63,1% e 35,1%, respectivamente. A principal forma de saída foi por cura (76%) e 14% abandonaram o tratamento. O não preenchimento da baciloscopia prevaleceu em 45,1%, o esquema terapêutico foi de 12 doses (57,7%) e o modo de detecção se deu por demanda espontânea (58,9%). Nos indicadores, o coeficiente de detecção anual predominou “Muito Alto”; o coeficiente em <15 anos prevaleceu “hiperendêmico” e “alto” apenas em 2020; a proporção de casos com grau 2 de incapacidade física prevaleceu como “Médio”; a proporção de cura e de abandono predominaram como “Regular”; e o grau 2 avaliado no momento do diagnóstico apresentou bastante oscilação, evoluindo para “Bom” a partir de 2016. O arquipélago do Marajó apresenta diversos obstáculos a serem superados para a melhoria da vigilância da hanseníase e a dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde é um dos graves problemas enfrentados pela população local. Assim, embora os indicadores operacionais mostrem melhora nos serviços de saúde, os indicadores epidemiológicos apontam para um cenário de transmissão ativa no Marajó.

Palavras-chave

Hanseníase; Arquipélago do Marajó; Epidemiologia; Saúde Pública;

Agradecimentos

CNPq

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Samanta da Silva Costa Raminho, Flávia Lethycia Baia da Fonseca, Erikassiane Paes Pinheiro, Daniel do Glória Amaral, Roberto Lopes Pereira, Michelle Ingrid Assis da Silva, Arnaldo Jorge Martins Filho