Dados do Trabalho

Título

Frequência de resistência à penicilina, cefalosporinas de segunda e terceira geração nas infecções invasivas de Streptococcus pneumoniae: estudo retrospectivo durante a pandemia de COVID-19 em nove hospitais privados do Rio de Janeiro.

Objetivo (s)

Pneumonia comunitária (PAC) é o principal gatilho da sepse. Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a principal etiologia de PAC, possuindo mais de 90 sorotipos, alguns frequentemente associados às doenças pneumocócicas invasivas (DPI). O objetivo do estudo foi avaliar a frequência de resistência aos antimicrobianos e os seus principais sorotipos.

Material e Métodos

Estudo retrospectivo, descritivo, de uma amostragem de 16 pacientes internados durante a pandemia de coronavírus em UTIs. Os isolados foram obtidos em sua maioria de fluidos estéreis como sangue, líquido pleural e também de secreção traqueal. Os materiais clínicos foram avaliados pela coloração de Gram, sensibilidade à optoquina, solubilidade na presença de bile, sucedidas da identificação e testes de sensibilidade aos antimicrobianos realizados pelo sistema de automação, Phoenix M-50 (Becton Dickinson) e, quando necessário, pelo método de difusão em gradiente (MIC test strip Liofilchem). A tipagem capsular foi realizado empregando testes de PCR.

Resultados e Conclusão

A média de idade dos pacientes foi de 63,4 anos (1- 95), sendo 68,7% acima de 60 anos e apenas 18,2% menores de 2 anos. As frequências de isolamento de pneumococo a partir de sangue, líquido pleural e secreção pulmonar foram de 81,2%, 12,5% e 6,2%, respectivamente. A prevalência de resistência à penicilina foi 43,7%; cefuroxima, 37,5%; eritromicina, 43,7%; a cefotaxima e ao cloranfenicol, 6,2%. Todos os pneumococos foram sensíveis à vancomicina, linezolida e meropenem. O sorotipo mais encontrado foi o 19A, em 37,5% das amostras, todas resistentes à penicilina (PEN-R), outras duas amostras PEN-R eram dos sorotipos 23F e 15B. Uma amostra multirresistente do sorotipo 19A foi isolada de hemocultura de uma paciente de 90 anos, inicialmente medicada com piperacilina–tazobactam e claritromicina, e que respondeu satisfatoriamente com a moxifloxacina. As três crianças presentes no estudo carreavam pneumococo PEN-R do sorotipo 19A. Destacamos que uma criança fora imunizada com a vacina 10-valente, que não cobre o sorotipo 19A.
A prevalência de resistência à penicilina foi de 43,7%. O principal sorotipo identificado foi 19A. A maioria (68,7%) das pneumococcias foi diagnosticada em pacientes com mais de 60 anos. Segundo os infectologistas incluídos neste estudo, houve um aumento de pneumococcemia durante a Pandemia de COVID-19. A maior circulação do sorotipo 19A reforça a importância da imunização em grupos de risco.

Palavras-chave

COVID-19, Resistência bacteriana, Pneumonia

Agradecimentos

CNPq, FAPERJ, Hospital Casa