Dados do Trabalho


Título

Dengue: antecipação da sazonalidade em um município do interior paulista no ano de 2023

Introdução

A dengue é uma arbovirose urbana cujo principal vetor é o mosquito Aedes aegypti (BRAGA et al, 2007). As variações climáticas de temperatura e pluviosidade, significativamente influenciadas pela ação antrópica nos ecossistemas (PINTER et al, 2022), afetam diretamente a reprodução do mosquito, potencializando sua capacidade vetorial (VIANA et al, 2013; MORAES et al, 2019).

Objetivo (s)

Caracterizar a distribuição de casos de dengue de acordo com a sua sazonalidade em um município do interior do Estado de São Paulo no primeiro quadrimestre dos anos 2022 e 2023.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, realizado no município de Louveira / SP e o período selecionado corresponde ao primeiro quadrimestre dos anos 2022 e 2023. Foi realizado um levantamento de todas as fichas de notificação de casos confirmados de dengue, residentes no município, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação online (SINANWEB) e os dados foram consolidados por ano de ocorrência e semana epidemiológica para observação do padrão de sazonalidade. Foram utilizados apenas dados secundários, tendo-se respeitado os princípios éticos em pesquisa.

Resultados e Conclusão

Observa-se uma antecipação da sazonalidade no ano de 2023, com um aumento significativo de casos a partir da SE 11, o que não foi observado no mesmo período do ano de 2022. Foram notificados 47 casos confirmados de dengue no ano de 2022, sendo que apenas no primeiro quadrimestre de 2023, já foram confirmados 130 casos, o que corresponde a um aumento de 276% (dados parciais). Não houve registro de internações por dengue no ano de 2022. No entanto, no ano de 2023, foram hospitalizadas duas pessoas idosas, por DENV-1, que evoluíram para cura. A detecção sensível de alterações no padrão de ocorrência de arboviroses urbanas, como a dengue, possibilita intensificar as ações de controle do vetor e organizar o trabalho das equipes de zoonoses oportunamente. Também é importante enfatizar que variações climáticas decorrentes de intervenções ambientais não planejadas ou inadequadamente executadas, as quais são recorrentes na sociedade contemporânea, aumentam o risco de transmissão sustentada de doenças veiculadas por vetores e por isso a tríade pessoas – animais - ecossistema, preceitos da Saúde Única, é o pilar do presente e do futuro para controle e prevenção de doenças infecciosas emergentes (o trabalho possui um gráfico na seção resultados para ilustrar a sazonalidade).

Palavras-chave

Dengue; Estações do Ano; Vigilância em Saúde Pública; Sistemas de Informação em Saúde.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Thereza Cristina de Carvalho Messora