Dados do Trabalho

Título

Análise genômica e ultraestrutural de cepas de Bacillus spp bioprospectadas no estado de Pernambuco com excelente atividade larvicida para Culex quinquefasciatus.

Introdução

O controle populacional de mosquitos vetores é importante para interromper o ciclo de transmissão de alguns agentes patogênicos. Bactérias do gênero Bacillus spp já são utilizadas devido à sua ação inseticida específica e viabilidade. Porém, um desafio encontrado no controle vetorial é a seleção de mosquitos resistentes. A identificação de novas bactérias entomopatogênicas com potencial uso no manejo da resistência é uma alternativa para aprimorar o controle de vetores.

Objetivo (s)

Avaliar, comparativamente, as características genômicas, bioinseticidas e ultraestruturais de três novos isolados de Bacillus spp (I5A9, I2A3 e I19A36) coletados no estado de Pernambuco com excelente atividade larvicida para larvas de Culex quinquefasciatus.

Material e Métodos

Foram conduzidas a montagem e anotação dos genomas dos isolados bacterianos, obtidos por sequenciamento de nova geração. Ensaios de patogenicidade in vivo permitiu avaliar a toxicidade dos isolados contra larvas de Culex quinquefasciatus de colônias suscetível (CqSLab) e resistente (Rec2 e RIAB59) e Aedes aegypti suscetível (RecLab). Para as análises ultraestruturais, sedimentos bacterianos esporulados foram processados para microscopia eletrônica de transmissão (MET).

Resultados e Conclusão

As cepas I5A9, I2A3 e I19A36 são filogeneticamente mais próximos ao Lysinibacillus sphaericus (Ls). Toxinas Cry-like foram identificadas nas cepas I5A9 e I19A36. A cepa I5A9 possui genes para a toxina binária tipo 1, toxinas Cry48Aa/Cry49Aa e para duas toxinas anotadas como Cry22Aa-like. A cepa I19A36 também possui genes Cry-like adicionais além da Bin, com características distintas as toxinas Cry clássicas de três domínios. As cepas I2A3 e I19A36 possuem genes para toxina binária tipo 2 idênticos aos da cepa tóxica Ls 2362. Os bioensaios revelaram que as novas cepas I5A9, I2A3 e I19A36 possuem 100% de atividade larvicida para Cx. quinquefasciatus suscetíveis. A cepa I5A9 apresentou uma atividade larvicida >75% para Culex das colônias resistentes a toxina Bin. Ae. aegypti apresentou refratariedade a todas as cepas. As análises de MET revelaram características conservadas ao gênero Bacillus. Na cepa I5A9, foi identificada uma composição tripla de cristais. As características intrínsecas detectadas nestas cepas indicam que seu modo de ação possui um espectro maior em relação aos biolarvicidas comerciais e que potencialmente podem ser utilizadas para o controle biológico de mosquitos.

Palavras-chave

Bactérias entomopatogênicas; Cristais tóxicos; Biolarvicidas.

Agradecimentos

PROEPE,FIOCRUZ-PE, FACEPE.