Dados do Trabalho
Título
Perfil Epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos no Estado do Pará entre 2012 e 2022
Introdução
A Organização Mundial de Saúde considera os acidentes por animais peçonhentos doenças tropicais negligenciadas, pois, embora a incidência e a morbimortalidade alcancem taxas expressivas, esses agravos não despertam o interesse das autoridades de saúde, das empresas farmacêuticas ou das agências de fomento à pesquisa. Na região norte, o Estado do Pará possui o maior número de notificações por animais peçonhentos. Apesar disso, ainda é escasso o número de pesquisas atualizadas voltadas para essa região e estado.
Objetivo (s)
Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos no Estado do Pará.
Material e Métodos
Estudo epidemiológico observacional do tipo análise temporal. Dados colhidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), através do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). Foi incluído os casos de acidentes com animais peçonhentos no Estado do Pará no período de 2012 a 2022. As variáveis coletadas foram: ano de notificação, tipo de acidente, local da picada, ano do acidente, faixa etária, sexo, etnia, classificação, tempo da picada até o atendimento e microrregiões do IBGE. Os dados foram analisados por estatística descritiva.
Resultados e Conclusão
No período estudado, foram notificados 88.621 casos, com incidência média de 1.007,97 acidentes por 100.000 habitantes, sendo a microrregião de Santarém com maior quantidade de casos (12,35%). O maior número de casos notificados foi no ano de 2022 com 10.330 casos (11,65%). Quanto ao perfil sociodemográfico das vítimas, foi observado maior acometimento do sexo masculino (74,69%), da faixa etária de 20-39 anos (37,57%) e da etnia parda (78,75%). Com relação às características do acidente, o tipo mais comum foi causado por serpentes (62,67%), o local da picada mais atingido foi o pé (43,53%), o tempo do momento da picada até o atendimento foi 1 a 3 horas (32,12%), a classificação final mais frequente foi leve (58,83%) e a maioria dos casos evoluíram para cura (84,81%).
Diferente de outros agravos, esses acidentes possuem um tratamento eficaz. Todavia, a partir dos dados apresentados, observa-se o grave impacto dos acidentes causados por animais peçonhentos para a saúde pública. Portanto, espera-se que os dados fomentem medidas de controle e de prevenção por parte da vigilância epidemiológica, distribuição racional dos insumos e melhoria do atendimento de pacientes admitidos nos serviços de saúde.
Palavras-chave
Animais venenosos; Mordeduras de Serpentes; Sistemas De Informação Em Saúde; Perfil Epidemiológico;
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado
Autores
Ana Beatriz Elisiário Barroso, Bárbara Santos Chaves, Luna Maria de Azevedo e Madeiros, Stephanie Assunção Valini, Lucas Araújo Ferreira