Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLÍNICO DOS CASOS DE COINFECÇÃO TB/HIV NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE DE 2001 A 2020
Objetivo (s)
Descrever o perfil clínico dos casos da coinfecção TB/HIV em Belo Horizonte.
Material e Métodos
Estudo transversal, descritivo e exploratório. Foram utilizados dados
secundários do Sistema de Informação de Notificação e Agravos de Belo Horizonte, de 2001
a 2020. Foi inserido no estudo apenas um registro por pessoa; as duplicidades e os casos de
menores de 18 anos foram excluídos. Foi elaborado um banco no excel com as variáveis de
interesse e o perfil foi calculado por meio das frequências absolutas e relativas. As categorias
das variáveis foram utilizadas para análise de significância estatística.
Resultados e Conclusão
A
prevalência dos casos de tuberculose com coinfecção com o vírus HIV foi de 17,36% no
período. As principais formas de entrada no serviço foram os casos novos (73%), reingresso
após abandono (13%) e o pós óbito, que apresentou destaque na razão de prevalência e
significância estatísticas. O encerramento dos casos se deu de forma prioritária por cura
(33%). Os casos de abandono ultrapassaram 20% dos encerramentos e o reingresso após o
abandono também obteve destaque. Todas as formas clínicas (pulmonar, extrapulmonar e
ambas) apresentaram diferença estatisticamente significativa durante o período. O uso do
álcool foi o agravo mais presente (20%). A terapia antirretroviral (TARV) foi utilizada em
11% dos casos. O Tratamento Diretamente Observado foi ofertado em 25% dos casos,
realizado em 19% e não realizado em 26% dos casos. Quanto ao Teste Rápido Molecular, não
houve sua realização em 54% dos casos. A realização da estratégia do
Tratamento Diretamente Observado esteve abaixo da média nacional e a cidade ficou no 17o
lugar entre as capitais brasileiras na realização de TARV nos casos de coinfecção em 2021,
abaixo da média no país. Estudos relacionam a baixa realização como fruto do
desconhecimento do diagnóstico de HIV e dos benefícios da terapia e pelo constrangimento
do usuário. O uso de álcool expõe o indivíduo a atitudes de risco e agrava as doenças em
curso. Os fatores clínicos, atrelados ao perfil sociodemográfico e aos determinantes sociais da
saúde contribuem para a não adesão ao tratamento e o seu abandono. A interrupção da terapia
pode ocasionar em agravamento do caso, desenvolvimento de droga resistência e retorno da
transmissibilidade da tuberculose, exigindo maior atenção por parte de quem presta cuidado.
Palavras-chave
Tuberculose; coinfecção; HIV; Antirretrovirais.
Área
Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Giselle Lima de Freitas, Thaís Rodrigues de Souza, Vitória Lopes de Castro Silva