Dados do Trabalho


Título

Vigilância da Transmissão Vertical da Doença de Chagas no DF - Inquérito sorológico dos filhos de mães portadoras da doença no período de 2017 -2021

Introdução

A transmissão vertical da doença de Chagas (DC) é uma das vias de maior relevância para a propagação da doença, integrando pactos e iniciativas nacionais e internacionais para eliminação da doença.
Considera-se que todo recém-nascido de mãe infectada por DC é um caso suspeito da doença em sua fase aguda, que é de notificação compulsória. No entanto, dados do Sistema de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN) quando comparados com os resultados laboratoriais das gestantes identificadas durante o pré-natal demonstraram uma subnotificação de casos suspeitos.
Portanto, dado o desconhecimento da epidemiologia da DC congênita e a magnitude do problema no Distrito Federal, foi realizado o inquérito sorológico dos filhos de mães afetadas.

Objetivo (s)

Conhecer o cenário epidemiológico para DC congênita no Distrito Federal visando a implementação de medidas de prevenção e controle no âmbito da vigilância epidemiológica.

Material e Métodos

Foi realizado um inquérito sorológico em serviço. Para realização da investigação foram incluídos todos os filhos das mulheres que realizaram pré-natal por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) no DF nos anos de 2017 a 2021 e que tiveram resultado positivo para DC.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário estruturado dividido em duas partes que consideraram as mães e os filhos e realizada a testagem laboratorial dos filhos mediante autorização da mãe.
Os dados provenientes dos questionários foram compilados em dois bancos de dados utilizando o software Epi Info ® versão 7.2.5.0 (CDC) e Microsoft Excel ® 2016 para análise dos dados.

Resultados e Conclusão

Foram identificadas 174 mulheres com resultado reagente para DC e a soroprevalência foi de 1,09 por 1.000 gestantes. Destas, 85 responderam o questionário e foram identificadas 279 gestações, sendo que 219 foram nascidos vivos e 59 abortos ou perdas fetais. Dos nascidos vivos, 185 foram entrevistados e 156 avaliados laboratorialmente, sendo identificado um resultado reagente. Apenas 29 filhos haviam sido rastreados para DC antes do inquérito.
Os dados evidenciam a necessidade de integração entre a Assistência e Vigilância para notificação e investigação oportuna dos casos suspeitos, bem como o fortalecimento da Rede de Saúde com a elaboração e implementação de uma Linha de Cuidado visando a eliminação da transmissão congênita da doença.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Transmissão vertical de doenças infecciosas; Trypanosoma cruzi; infecção congênita

Agradecimentos

Às famílias e equipes de saúde SES/DF e OPAS

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Gizeli de Lima, Ingrid de Souza Pereira, Kenia Cristina de Oliveira, Evelin Mota Cassemiro, Andressa Aparecida Cassiano Nascimento, Jadher Percio, Luciene da Silva Guedes, Tayane Ferreira Nobre, Waleska Coelho Sajnovisch de Gouveia, Fabiano dos Anjos Pereira Martins, Marília Graber França