Dados do Trabalho


Título

Características Epidemiológicas dos Acidentes por Animais Peçonhentos no estado do Ceará, 2018 a 2022

Introdução

Os animais peçonhentos produzem toxinas através das suas glândulas de veneno e injetam esse veneno por meio de estruturas como dentes, ferrões ou aguilhões.

Objetivo (s)

Descrever as características epidemiológicas dos acidentes por animais peçonhentos no estado do Ceará, no período de 2018 a 2022

Material e Métodos

Estudo descritivo com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis sociodemográficas(município e zona de residência, sexo, faixa etária) e específicas dos casos (tipo de acidente, local da picada, manifestações clínicas, tempo do atendimento, classificação do acidente e evolução). Além disso, foram calculados cos coeficientes de incidência e de letalidade por região de saúde.

Resultados e Conclusão

Houve 46.078 acidentes por animais peçonhentos no Ceará. O ano de 2019 apresentou o maior número de casos (24,5%), seguido por 2022 (21,2%). O sexo feminino foi o mais acometido, principalmente na faixa etária de 20 a 29 anos (18,8%). O acidente por escorpião foi o mais registrado em todos os anos, com maior ocorrência em 2018 (71,7%), seguido por acidentes com serpentes (13,9% em 2021) e abelhas(16,0% em 2022). A maioria dos atendimentos foi realizada nas primeiras horas após acidente, prevalecendo o tempo entre 0 e 3 horas(67,9%); intervalo no qual a letalidade foi de 0,15% e, com mais de 24 horas do acidente, ascendeu para 0,27%.A dor foi a manifestação clínica mais relatada (88,8%), seguida de edema (39,5%); e vômitos e diarreias em 1,9% das manifestações sistêmicas. Mais de 80% dos acidentes foram leves. O pé foi o local mais atingido (25,6%); 66,0% ocorreram em zona urbana e 7,9% dos pacientes receberam soroterapia; 93,2% dos casos registrados evoluíram para cura. Os acidentes por animais peçonhentos se distribuíram nas cinco regiões de saúde do estado, destacando-se Fortaleza e Cariri (21.883 e 10.258 acidentes, respectivamente).
Conclui-se que os acidentes por animais peçonhentos foram mais frequente em 2019, zona urbana e causados por escorpiões. A maioria dos atendimentos foi realizada nas primeiras horas após o acidente, o que reduz a probabilidade de prognósticos ruins. Recomenda-se fortalecer as ações de vigilância epidemiológica, além do direcionamento das medidas de prevenção e controle.

Palavras-chave

Animais Peçonhentos; Notificação de Doenças; Sistemas de Informação em Saúde; Vigilância Epidemiológica

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Tatiana Cisne Souza, Evelyne Rodrigues Feitoza, Kellyn Kessiene Sousa Cavalcante, Juliana Alencar Moreira Borges, Adriana Rocha Simião, Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Carlos Henrique Alencar