Dados do Trabalho

Título

INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE E CASOS POR GÊNERO E RAÇA NOS MUNICÍPIOS DE JUAZEIRO/BA E PETROLINA/PE, NO PERÍODO DE 2001 A 2022

Introdução

O Brasil, apesar de enfrentar problemas de subnotificação e subdiagnóstico, destaca-se por possuir um terço de todos os casos de Tuberculose (TB) na região das Américas, tendo em 2022, aproximadamente 78 mil pessoas com a doença, um aumento de 4,9% em relação à 2021, com número de óbitos próximos a 5 mil.

Objetivo (s)

Descrever aspectos epidemiológicos da TB nas cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, no período de 2001 a 2022.

Material e Métodos

Estudo observacional, retrospectivo e descritivo dos casos de TB confirmados e notificados no sistema TABNET/DATASUS, no período de 2001 a 2022, nas cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE.

Resultados e Conclusão

No período estudado, foram notificados 1.571 casos de TB em Juazeiro/BA e 1.975 em Petrolina/PE, com média anual, respectivamente, de 71,4 e 89,8 casos e incidência média de 35,59 e 33,66 casos/100.000 hab. Na distribuição entre sexos, os dados apontam predomínio da doença no sexo masculino tanto em Juazeiro/BA (68,17%) quanto em Petrolina/PE (65,31%), provavelmente, associando à baixa procura dos homens por serviços de saúde. A distribuição dos pacientes em relação à raça apresenta-se entre pardos (62,12%), pretos (14,49%) e brancos (14,49%) em Juazeiro/BA e pardos (60,35%), pretos (12,75%) e brancos (17,67%) em Petrolina/PE, com número de óbitos entre pardos (70,45%), pretos (5,55%) e brancos (7,77%) em Juazeiro e pardos (58,52%), pretos (5,68%) e brancos (21,56%) em Petrolina/PE. No total, a população negra, indivíduos autodeclarados pretos ou pardos, representa 76,61% dos casos em Juazeiro/BA e 73,11% em Petrolina/PE, respectivamente, com 76,66% e 74,52% dos óbitos, reflexo da limitação do acesso dessa população à saúde, e da dificuldade de diagnóstico e tratamento. Vinculada às vigentes subnotificação e subdiagnóstico enfrentadas pelos municípios, os dados apontam manutenção do número de casos e altas taxas de incidência da TB no decorrer dos anos estudados em ambas cidades, majoritariamente com casos entre a população negra, reflexo de um problema estrutural associado a menores índices de escolaridade, atividade laboral pouco qualificada, má alimentação, má qualidade de moradia e baixo acesso a serviços de saúde, que acarreta importantes agravos na saúde individual e coletiva da região.

Palavras-chave

Doenças Negligenciadas, Desigualdade Social, Saúde Pública; Tuberculose.