Dados do Trabalho
Título
Alterações associadas ao trato gastrintestinal em cães com infecção natural por Leishmania infantum atendidos em Hospital-Escola de Medicina Veterinária
Objetivo (s)
Descrever achados clínicos de alterações gastrintestinais em cães com leishmaniose canina (LCan) por L. infantum, atendidos e tratados no Ambulatório de Leishmanioses Zoonóticas (ALZ) da UFBA, durante março de 2022 a abril de 2023.
Material e Métodos
Trinta cães de raças variadas, ambos o sexos e de 2-14 anos, todos positivos para LCan por L. infantum, foram submetidos a avaliação do sistema digestivo (SD), além da rotina clínica para LCan padronizada no ALZ. Estadios clínicos de LCan foram determinados em 1-4 conforme literatura. As avaliações foram feitas antes do tratamento (T1) e depois de trinta dias (T2) de tratamento com metronidazol e cetoconazol. As avaliações do SD foram determinadas pelos sinais clínicos e índice de enteropatia clínica (IEC) e qualidade fecal (QF), ambos segundo a literatura. Parâmetros IEC (atividade, apetite, vômito, frequência e consistência das fezes e escore corporal) foram pontuados de 0-3 e somados, e a QF pontuados de 1-7. Os resultados foram determinados em percentuais.
Resultados e Conclusão
Dentre os 30 cães, 90% (27/30) tinham alteração no SD, dos quais 51,8% (14/27) estavam em estadio II de LCan (moderado) e 48,14% (13/27) em estadio III (grave). No T1, 92,5% dos cães (25/27) apresentavam baixo escore corporal; 66,6% (18/27) mucosas hipocoradas; 74,07% (20/27) hiporexia; 22,2% (6/27) êmese; e 44,4% (12/27) melena/hematoquezia. Já no T2, 11,1% (3/27) ainda tinham baixo escore corporal; 22,2% (6/27) mucosas hipocoradas; 44,4% (12/27) hiporexia; e 18,51% (5/27) êmese; e 29,6% (8/27) melena/hematoquezia. A soma de pontos do IEC no T1 evidenciou que 40,7% (11/27) dos cães com alterações leves (3-4); 40,7% (11/27) moderadas (5-8); e 18,51% (5/27) graves (10-14). Já no T2, 66,6% (18/27) com alterações leves (1-4); 25,9% (7/27) moderadas (5-9); e 7,4% (2/27) graves (10-12). Os QF no T1 mostraram 11,1% (3/27) dos cães com fezes ressecadas; 33,3% (9/27) normais; 22,2% (6/27) macias; 22,2% (6/27) moles; e 11,1% (3/27) líquidas. Já no T2, 7,4% (2/27) ressecadas; 37,0% (10/27) normais; 18,51% (5/27) macias; 25,9% (7/27) moles; e 11,1% (3/27) líquidas. Em conclusão, a maioria dos cães com LCan avaliados apresentava alterações no SD, que melhoraram parcialmente até os 30 dias com o tratamento com fármacos; nossos achados indicam que o SD de cães em tratamento para LCan requer diagnóstico e terapêutica específico, além do tratamento clínico antiparasitário.
Palavras-chave
zoonose, LCan, enterologia
Agradecimentos
FAPESB (bolsa D. N° BOL2354/2021); FACEPE (APQ-0421-5.04/20); PQ-CNPq (Nº 312022/2021-2)
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Camila Fraga da Costa, Fabíola Teixeira Andrade, Felipe Rocha Ferraz, Michele Lipphaus Pinheiro, Hilana Santos Sousa Oliveira, Thamires de Carvalho Luz, Daniela Farias Larangeira, Flaviane Alves de Pinho, Alessandra Estrela-Lima, Daniel Ribeiro Menezes, Stella Maria Barrouin Melo