Dados do Trabalho

Título

DELINEAMENTO DAS GESTANTES INFECTADAS POR HIV NO BRASIL, 2019-2021.

Introdução

O crescimento gradativo de casos de HIV/Aids em mulheres em idade reprodutiva contribuiu para a ampliação nas taxas de transmissão vertical, apresentando-se como importante desafio para as políticas de saúde pública (TRINDADE, et al. 2021). No Brasil, foram notificadas 125.144 gestantes portadoras de HIV no período de 2000 a 2019 (SILVA, VASCONCELOS, ALVES 2021).

Objetivo (s)

Delinear o perfil das gestantes infectadas por HIV entre os anos de 2019 a 2021 no Brasil.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados utilizados são de domínio público, publicados pelo Ministério da Saúde mediante boletins epidemiológicos. A coleta ocorreu no mês de maio de 2023. As variáveis utilizadas foram: faixa etária, escolaridade, raça/cor, evidência laboratorial do HIV, realização de pré-natal, uso de antirretrovirais no pré-natal, tipo de parto, evolução na gravidez e início da profilaxia com antirretroviral na criança.

Resultados e Conclusão

Foram notificadas 24.834 gestantes acometidas pelo vírus HIV no período de 2019 a 2021 no país, no qual, a Região Sudeste obteve o maior número, com 8.014 casos. Em relação a faixa etária, em 2019 e 2020 o maior percentual foi entre 20 a 24 anos, com 26,6% e 25,1% respectivamente. No ano de 2021, por sua vez, destacou-se a de 25 a 29 anos com 26,2%. Acerca da escolaridade, o ensino médio completo foi o mais predominante, com 22% (2019), 23,6% (2020) e 23,7% (2021). Em seguida, a raça/cor parda se sobressaiu com 49,7% (2019), 50,6% (2020) e 50,9% (2021). Referente a realização do pré-natal, em 2020, 90,5% dessas gestantes o realizaram. No que concerne à evidência laboratorial do HIV, 59,7% (2019) descobriram o diagnóstico antes do pré-natal. Vale destacar que neste mesmo ano, 67,9% utilizaram o antirretroviral durante este acompanhamento. O tipo de parto em maior destaque foi a cesariana eletiva, com 34,6% (2020). Quanto a evolução da gravidez, em 2020, cerca de 59,8% das crianças nasceram vivas, e dentre elas 56% iniciaram a profilaxia com antirretroviral nas primeiras 24h. Percebe-se um discreto aumento de mulheres que foram diagnosticadas com HIV antes do pré-natal, enquanto que o número de mulheres que descobrem o diagnóstico durante a gestação tem diminuído. Sendo assim, é imprescindível a implantação de uma assistência de qualidade a essas gestantes, através da qualificação profissional e da educação em saúde, para prevenção da transmissão vertical e melhoria na qualidade de vida das mesmas.

Palavras-chave

Gravidez de alto risco. HIV. Perfil de Saúde.