Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE GERAL E HOSPITALAR POR ECTOPARASITOSES NO BRASIL E REGIÕES, 2000–2021

Introdução

Ectoparasitoses (escabiose; tungíase; infestações por piolhos e ftiríase; larva migrans cutânea; miíase) integram o grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas. Apesar da carga de morbidade associada, o real impacto de suas complicações mais graves no contexto brasileiro é limitado. O acesso a diagnóstico e tratamento oportunos na rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) persiste como desafio.

Objetivo (s)

Caracterizar tendências temporais e espaciais da mortalidade relacionada a ectoparasitoses no Brasil, 2000-2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo de base populacional nacional, de tendência temporal e espacial, baseado em dados secundários de declarações de óbito (DO) do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM) e de Internações Hospitalares (IH) que evoluíram para óbito (letalidade hospitalar) do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS). Tendência temporal por análise de pontos de inflexão (joinpoints) calculadas com a Variação Percentual Anual Média (VPAM), com os Intervalo de Confiança (IC)95%. Avaliou-se a distribuição espacial das taxas de mortalidade e letalidade hospitalar.

Resultados e Conclusão

Foram registradas no país 508 IH (63,2% causa secundária) e 2.305 DO (58,7% causa associada) relacionados a ectoparasitoses, com maiores proporções no Sudeste (IH: 391; 77,0%; DO:1.026; 44,5%). Miíase apresentou os maiores percentuais de IH (397; 78,1%) e DO (1.634; 70,9%). Verificou-se maior proporção de óbitos em pessoas do sexo masculino, com idade ≥70 anos e residentes no Sudeste. Verificou-se incremento na tendência geral da letalidade hospitalar (VPAM: 5,4) e mortalidade geral (VPAM: 2,2). As regiões Nordeste (VPAM: 5,8) e Sudeste (VPAM: 4,3) apresentaram incremento para a letalidade hospitalar, e para a mortalidade geral, verificou-se incremento nas regiões Sudeste (VMAM: 2,1) e Centro-Oeste (VPAM: 4,3). Foram verificadas altas taxas de letalidade hospitalar nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, enquanto na mortalidade destacam-se com altas taxas estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste. A letalidade hospitalar e a mortalidade por ectoparasitoses apresentaram tendência de aumento no período. Verificou-se padrão focal para letalidade hospitalar, concentrado no Sudeste, enquanto a mortalidade geral concentrada no Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Esse cenário pode traduzir diferenças relacionadas ao acesso a diagnóstico e tratamento, complexificando as ações de vigilância.

Palavras-chave

Ectoparasitoses; Mortalidade; Hospitalização; Epidemiologia

Agradecimentos

CAPES e CNPq

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Anderson Fuentes Ferreira, Eliana Amorim de Souza, Jörg Heukelbach, Bárbara Morgana da Silva, Swamy Lima Palmeira, Ana Raquel da Silva Paz, Ana Maria Miranda Lucena Fontenele, Alberto Novaes Ramos Jr.