Dados do Trabalho

Título

Distribuição espaço-temporal e de áreas de risco de Leishmaniose Cutânea na Região Norte do Brasil

Introdução

A leishmaniose é uma doença causada por leishmanias amplamente distribuídas em todo o mundo. O Brasil apresenta as maiores taxas tanto para Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) quanto para Leishmaniose Visceral (LV), registrando aproximadamente 20.000 e 3.400 casos por ano, respectivamente, os quais se distribuem nos municípios brasileiros de maneira diferente. A variabilidade espacial dos casos de leishmaniose é complexa, sendo que uma série de fatores podem influenciar essa dinâmica.

Objetivo (s)

O presente trabalho busca verificar as variações espaço-temporal dos casos de leishmaniose cutânea na região Norte do Brasil.

Material e Métodos

Neste trabalho nós utilizamos dados nacionais a nível municipal identificados sobre casos de LTA notificados no Sistema Brasileiro de Notificação de Agravo (SINAN). Para cada município pertencente aos sete estados da região Norte, nós calculamos os valores da razão de incidência padronizados (SIR). Posteriormente foram criados mapas cloropléticos para representar a variação espacial no risco de LTA nos diferentes municípios estudados e gráficos de séries temporais para verificar esse comportamento no tempo.

Resultados e Conclusão

No período estudado foram notificados 64.619 casos de LTA na região norte. De acordo com nossos dados é possível observar um decaimento nos valores de SIR e do Risco Relativo (RR) ao longo do tempo. No caso do RR, em 2013 a região apresentava um valor de 2.09 diferente de 2020, no qual esse índice caiu para 1.71. Tocantins foi o estado com menor RR médio. Nesse caso, nesse estado o risco de notificações de casos de LTA está aumentando cerca de 1.27 vezes. Já o Amapá é o estado com maior RR médio (5.99) sendo o valor observado para o mesmo cerca de 4 vezes maior do que do estado do Tocantins. As análises de séries temporais contribuem para um melhor acompanhamento dos perfis da doença na região, permitindo uma melhor avaliação epidemiológica de um agravo. Considerando que a LTA é uma doença endêmica na região Norte e de altos índices de notificação, os dados obtidos demonstram uma tendencia de redução de casos nos estados do Norte, o que pode auxiliar melhores estratégias de vigilância da doença na região.

Palavras-chave

Dados secundários, Estatística Bayesiana, Doenças Tropicais Negligenciadas

Agradecimentos

FIOTEC, CNPq