Dados do Trabalho


Título

Atividade biológica dos óleos essenciais e sesquiterpenos majoritários de Piper amazônicas contra larvas de Aedes aegypti (Culicidae)

Introdução

O mosquito A. aegypti é transmissor da dengue sendo esta uma arbovirose encontrada em mais de 100 países para os quais a OMS estima que 2,5 milhões de pessoas são infectadas por essa doença. A disseminação dessas doenças deve-se, entre outros fatores, à resistência que A. aegypti possui a diversos inseticidas comerciais. Por outro lado, os produtos naturais à base de plantas do gênero Piper (Piperaceae) são caracterizados por suas atividades inseticidas contra mosquitos. A Piper longepetiolatum e Piper brachypetiolatum são especies com ampla distribuição no Estado do Amazonas. No entanto, não há investigação fitoquímica ou biológica dessas plantas contra mosquitos como A. Aegypti.

Objetivo (s)

O principal objetivo deste estudo foi identificar a composição química dos óleos essenciais (OEs) de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum e avaliar a atividade biológica contra A. aegypti.

Material e Métodos

Os OEs foram extraídos por hidrodestilação de folhas (200 g) de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum e analisados por GC-MS e GC-FID. Os principais compostos β-cariofileno (99,9% de pureza) e E-nerolidol (99,4% de pureza). A atividade larvicida dos OEs (20 a 100 ppm), β-cariofileno e E-nerolidol (10 a 50 ppm) foi realizada de acordo com o protocolo da OMS contra larvas de A. aegypti. A análise GC-MS e GC-FID de OEs de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum indicou a presença majoritária de β-cariofileno (35,42%) e E-nerolidol (49,79%), respectivamente.

Resultados e Conclusão

Os resultados mostraram que os produtos naturais apresentaram atividade larvicida contra A. aegypti. Nesse aspecto, o OE de P. brachypetiolatum (CL50 de 15,51 ppm e CL90 de 22,79 ppm) foi mais ativo que o OE de P. longepetiolatum (CL50 de 55,95 ppm e CL90 de 71,45 ppm) (p < 0,05). Os compostos principais, o E-nerolidol (CL50 de 9,50 ppm e CL90 de 23,89 ppm) apresentou maior atividade larvicida que o composto β-cariofileno (CL50 de 57,20 ppm e CL90 de 98,319) (p < 0,05). As larvas tratadas com esses produtos naturais apresentaram tremores e movimentos letárgicos, sugerindo que esses produtos naturais possuem ação neurotóxica. Não houve registro de mortes de T. haemorrhoidalis e A. bouvieri tratados com o OE e E-nerolidol, enquanto α-cipermetrina foi extremamente tóxico (CL50 de 0,24 a 0,34 µg/mL). Este é o primeiro registro da composição química e atividade larvicida do OE de P. longepetiolatum e P. brachypetiolatum ricos em β-cariofileno e E-nerolidol contra larvas de A. aegypti.

Palavras-chave

Composição, neurotóxica, naturais

Agradecimentos

CNPQ, INPA, UFAM, CNPq

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

SUELEN COSTA LIMA, André Correa de Oliveira, Rosemary Aparecida Roque, Sergio M. Nunomura, Rita C. S. Nunomura, Maria Luiza L. da Costa, Hergen Vieira de Souza