Dados do Trabalho
Título
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA RAIVA ANIMAL NO ESTADO DO CEARÁ, 2000 - 2020
Objetivo (s)
Descrever a distribuição espacial da raiva animal no estado do Ceará, no período de 2000 a 2020.
Material e Métodos
O Ceará, localizado na região Nordeste do Brasil, limita-se ao norte com o Oceano Atlântico, a oeste com o Piauí, à leste com o Rio Grande do Norte e à Paraíba, e com Pernambuco ao sul. É subdividido em 184 municípios. Utilizou-se dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Foram considerados casos positivos aqueles diagnosticados laboratorialmente pelas técnicas de imunofluorescência direta e prova biológica. As variáveis foram: espécies animais e municípios de ocorrência, descritas pelo programa ArcGIS 9.2.
Resultados e Conclusão
Das 21.788 amostras analisadas, 1.299 (5,96%) foram positivas, distribuídas em 140 (76%) municípios do Ceará. Foi possível identificar maior concentração de morcegos positivos (96% morcegos não hematófagos) na região leste do estado, em alguns municípios da região noroeste, assim como na região metropolitana. Os municípios com maior representatividade foram: Tabuleiro do Norte (64;19,4%), Quixeré (54;16,4%), Limoeiro do Norte (50;15,1%) e Fortaleza (15; 4,5%). Canídeos silvestres positivos para o vírus da raiva encontravam-se distribuídos em diversos municípios, convergindo principalmente à região noroeste e litoral leste do Ceará. Na região noroeste, destaca-se o município de São Benedito com 13 casos em saguis e canídeos silvestres (14,7%) e Ubajara com três casos em guaxinins (17,6%). Por outro lado, a positividade em cães e gatos domésticos está mais localizada nos municípios da região metropolitana de Fortaleza e litoral leste. Os bovinos apresentam uma distribuição de casos dispersa, com pequena concentração na região oeste (Ibiapaba), centro do estado (Sertão Central) e sul (Cariri). Os casos de raiva animal se encontram distribuídos de forma heterogênea nas diferentes regiões do Ceará. Com destaque para a capital e região metropolitana, onde se concentra a maioria dos casos em animais domésticos. Contudo se observa um aumento de casos em animais silvestres, principalmente em morcegos não hematófagos, o que representa um sinal de alerta. É importante destacar a existência de municípios silenciosos limítrofes a municípios com isolamento viral. Estes municípios merecem especial atenção uma vez que pode haver falha na vigilância epidemiológica.
Palavras-chave
Raiva; animal; epidemiologia descritiva
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
KATARINY MICHELLE DE ARAÚJO PINHEIRO TAVARES, NAYLÊ FRANCELINO HOLANDA DUARTE, ANNA KAROLINNE MORAIS E ARAÚJO, BRUNA HOLANDA DUARTE, CARLOS HENRIQUE ALENCAR