Dados do Trabalho


Título

NOVO ALVO POTENCIAL PARA VACINAS CONTRA Plasmodium vivax: ESTUDO DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE UMA NOVA PROTEÍNA DE FORMAS SANGUÍNEAS

Introdução

A invasão dos eritrócitos pelos parasitos da malária garante o sucesso da infecção humana e, consequentemente, o desenvolvimento da doença clínica. No caso do P. vivax, o processo de invasão do parasito nos reticulócitos é altamente dependente da interação entre a proteína apical Duffy binding protein (DBP) e seu receptor presente na superfície dos eritrócitos, o antígeno do grupo sanguíneo Duffy receptor para quimiocinas (DARC). Assim, indivíduos que não apresentam o DARC em seus eritrócitos são frequentemente resistentes à infecção pelo P. vivax. Entretanto, estudos recentes demonstraram que alguns indivíduos DARC negativos também podem ser infectados por essa espécie, o que sugere uma via alternativa de invasão ainda desconhecida. Neste contexto, foi identificada uma nova proteína de forma sanguínea do P. vivax, denominada Erythrocyte binding protein 2 (EBP2) que compartilha características chave com a DBP.

Objetivo (s)

O objetivo geral do estudo é caracterizar a variabilidade genética da EBP2 em isolados de campo do P. vivax.

Material e Métodos

Para isso, tem sido realizado sequenciamento a partir de amostras de DNA provenientes de pacientes com P. vivax, de diferentes regiões da Amazônia Brasileira, incluindo Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. As amostras foram submetidas a técnicas de PCR para amplificação de um fragmento de 979bp (nucleotídeos 477-1455; aminoácidos 159-485) e 1245bp (nucleotídeos 504-1748; aminoácidos 168-582) correspondente ao domínio DBL localizado na região II EBP2 e da DBPII, respectivamente. Posteriormente, os produtos foram purificados e submetidos a reação de sequenciamento de Sanger. As sequências foram alinhadas e comparadas com a sequência de referência disponível no GenBank (EBP2 acesso: KC987954; DBPII acesso: M61095), para identificação de possíveis polimorfismos.

Resultados e Conclusão

Identificamos 9 polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) e 9 mutações não sinônimas para EBP2, demonstrando que esta proteína é menos polimórfica quando comparada a DBPII, que apresentou 20 SNPS e 16 mutações não-sinônimos. Este estudo da variabilidade genética da EBP2 é pioneiro no Brasil e de importância para o avanço na caracterização dessa proteína, podendo fornecer os subsídios para validar vacinas que visam proteínas menos polimórficas.

Palavras-chave

malária, proteínas de ligação ao eritrócito, variabilidade genética, candidatos vacinais

Agradecimentos

CNPq, Fapemig, Capes, Programa Inova da Fiocruz

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Gabriela Maia Fernandes, Guilherme Henrique Rodrigues Mattos, Letícia De Menezes Torres, Flora S. Kano, Tais Nobrega Sousa, Luzia Helena Carvalho