Dados do Trabalho


Título

Análise dos casos de toxoplasmose ocular, segundo varáveis demográficas, clínicas e epidemiológicas, Unidade Sentinela de Toxoplasmose Ocular, Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, 2023.

Introdução

A toxoplasmose ocular (TO) é uma doença dos olhos causada pelo Toxoplasma gondii. É a principal causa de uveíte, caracterizada pela presença de lesões agudas, crônicas e recidivantes que provocam danos e problemas na retina, comprometem a visão e podem causar cegueira. Dados associados a ocorrência da TO não estão sistematizados pela vigilância em saúde, dessa forma, visando estruturar e fortalecer a vigilância da oculopatia por toxoplasma foi implantado a Vigilância Sentinela da Toxoplasmose Ocular (VSTO) em Minas Gerais.

Objetivo (s)

Descrever o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos casos confirmados por TO notificados no sistema de VSTO da semana epidemiológica (SE) 01/2022 até a SE 13/2023.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico observacional e descritivo. Utilizou-se os registros notificados no Epiinfo da VSTO. Os dados coletados foram analisados no software MINITAB®14.12.0.

Resultados e Conclusão

Até a SE 13 (26/03) foram notificados 360 (65,8%) casos suspeitos, com 14 (97,3%) confirmados laboratorialmente (IgM e IgG) e 13 (2,7%) clínico epidemiológico. Os casos confirmados foram em sua maioria mulheres (n= 98; 62,0%), residentes no município de Belo Horizonte (n=81; 51,27%), com idade média de 38,14 anos, predominando 30-39 anos (n=44; 27,85%). Em relação à raça/cor, 12 (7,6%) eram brancos, 94 (59,5%) pretos/pardos e 49 ignorada (31,0%). Das características clínico-epidemiológicas, 17 (38,6%) apresentavam, a menos de 3 meses, histórico de manuseio da terra, 15 (33,3%) contato com gatos, 13 (29,3%) comeram carne crua/malcozida, 9 (20,4%) ingeriram leite não pasteurizado e 8 (18,2%) consumiram água não fervida/não filtrada e/ou tiveram contato com lixo. O quadro clínico foi variável, com uma ou mais das seguintes manifestações: baixa acuidade visual (n=50; 31,6%), visão embaçada (46; 29,1%), dor ou hiperemia conjuntival (33; 20,9%), miiodispisia (19; 12,0%); cefaleia (13; 8,2%) e fotofobia (6; 3,8%). Das lesões ativas, 7 (4,4%) eram lesões unilaterais, 1 (0,6%) bilateral múltipla e 150 (94,9%) sem informação. Dos que apresentavam lesões cicatriciais, 10 (6,3%) eram lesões unilaterais, 1 (0,6%) bilateral e 147 (93,0%) sem informação. Apresentaram complicações 2 (1,3%) casos, 1 opacificação do corpo vítreo e 1 deslocamento da retina. O estudo revelou a importância da investigação epidemiológica dos casos de TO, a fim de contribuir para qualificar as ações de vigilância, controle e conhecimento sobre a forma ocular da doença.

Palavras-chave

Toxoplasmose ocular; vigilância epidemiológica

Agradecimentos

SES-MG

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

MICHELY APARECIDA SOUZA, GILMAR JOSÉ COELHO RODRIGUES