Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO PARÁ DE 2007 A 2021

Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose típica de áreas tropicais, considerada uma doença negligenciada. A doença, cujo ciclo biológico abrange hospedeiros vertebrados e invertebrados, é ocasionada por um parasita do gênero Leishmania e é transmitido pelo vetor flebotomíneo fêmea infectado pelo protozoário. No Brasil, o estado do Pará é considerado uma área endêmica para a LV.

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico da LV no estado do Pará no período de 2007 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com a coleta dos dados disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN) através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2007 a 2021.

Resultados e Conclusão

No período de 2007 a 2021, a região norte do Brasil notificou mais de 9,7 mil casos de LV. O Pará foi o estado de residência da região norte com o maior número de notificações da doença, totalizando 5.153 casos (52,7%), sendo Redenção o município de residência de maior ocorrência dos casos (7,8%). O estado paraense apresentou 580 e 579 casos nos anos de 2017 e 2018, respectivamente. Além disso, 2020 e 2021 foram os anos que apresentaram o menor número de casos, sendo possivelmente justificado pelo isolamento social ocasionado pela pandemia de COVID-19, reduzindo o acesso ao sistema de saúde nesse período. Em relação ao sexo, o gênero masculino compreendeu 61,3% dos casos. A faixa etária mais acometida pelo agravo fora crianças de 1 a 4 anos de idade (31,5%). No que diz respeito à evolução da doença, 236 casos evoluíram a óbito, sendo 2018 o ano com o maior número de mortes pela doença (17,8%). Nesse contexto, medidas de prevenção individuais e coletivas devem ser adquiridas, como uso de repelentes e mosqueteiros e aplicação de telas em janelas e portas, além de ações governamentais, como limpeza frequente de áreas públicas e palestras educativas direcionada aos responsáveis de crianças, cuja faixa etária é a mais acometida pela doença.

Palavras-chave

Leishmaniose Visceral; Saúde Pública; Epidemiologia