Dados do Trabalho

Título

Falha no tratamento materno e alta taxa de casos sintomáticos de sífilis congênita em uma maternidade de referência

Introdução

A sífilis congênita é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo, embora apresente tratamento e diagnóstico acessíveis. No estado da Bahia, a prevalência elevada da sífilis congênita persiste como um indicador de baixa qualidade da saúde materno-infantil.

Objetivo (s)

O estudo teve como objetivo descrever as características clínicas, laboratoriais e sociodemográficas dos casos de sífilis congênita notificados na maternidade, a fim de contribuir para o entendimento da situação da sífilis congênita em Salvador.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo observacional de corte transversal, retrospectivo e documental a partir de fichas de notificação de casos de sífilis congênita do período de 2016 a 2019 em uma maternidade de Salvador, Bahia. Dados de prontuário eletrônico foram utilizados para complementar as informações faltantes. A avaliação estatística consistiu de análise de frequências absolutas e relativas.

Resultados e Conclusão

Foram incluídas 879 fichas de notificação, com maior frequência no ano de 2019. Observou-se uma elevada frequência de mulheres com educação secundária (289, 33%). No que se refere ao momento do diagnóstico da infecção, elevada porcentagem das mães teve diagnóstico no momento do parto ou após (337, 38.4%). 249 dos recém-nascidos (28.3%), apresentaram sintomas, sendo icterícia o mais frequente (235, 26.9%). A maioria dos recém-nascidos teve alta, e 3 casos (0.3%) de óbitos por sífilis foram identificados. O estudo apontou para observação de fragilidades no tratamento e diagnóstico das mães de casos de sífilis congênita, e para a importância dos testes complementares e da investigação de casos sintomáticos entre os recém-nascidos. Os dados ressaltam para a importância da ampliação da divulgação em saúde sobre a sífilis para gestantes e seus parceiros.

Palavras-chave

Sífilis congênita. Pré-natal. Epidemiologia. Prevenção e controle. Diagnóstico.

Agradecimentos

Agradecemos às instituições de fomento à pesquisa CAPES, CNPq e FAPESB.