Dados do Trabalho

Título

ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO NORDESTE - UM LEVANTAMENTO DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Introdução

O quadro dos acidentes por artrópodos no Brasil apresenta-se em crescimento acelerado, principalmente pelo avanço do escorpionismo. O país apresenta um cenário sem precedentes no mundo, sendo considerado um fenômeno com causas multifatoriais e de enfrentamento complexo. Muito disso deve-se à biologia das espécies mais importantes do ponto de vista médico, Tityus serrulatus e Tityus stigmurus, capazes de ocupar zonas rurais e adaptar-se muito bem em áreas urbanas, constituindo pragas. É importante destacar que o Nordeste apresenta uma alta incidência desse tipo de agravo. Além disso, por ser um agravo negligenciado, a invisibilidade das pessoas expostas deve ser considerada.

Objetivo (s)

Relacionar os acidentes por escorpião na Região Nordeste do Brasil de 2012 a 2022, com relação a raça, gênero e cura.

Material e Métodos

A coleta de dados foi realizada através do recolhimento dos números de acidentes escorpiônicos pelo SINAN na Região Nordeste, considerando as variáveis estado de ocorrência, gênero, percentual de cura e óbitos.

Resultados e Conclusão

De acordo com as análises, pode-se observar que a raça parda na região foi a mais afetada nos anos avaliados. Apesar do Brasil contar com 51% da população negra, segundo do IBGE, no Nordeste o percentual é igual a 64% de pardos autodeclarados. A raça mais acometida foi a parda (160.935) para toda a região, com destaque para os estados da BA (49.666) e PE (30.250). Este dado acompanha o IBGE e indica a necessidade de políticas de Educação Ambiental e em Saúde para esta parcela da população no que diz respeito a prevenção, tratamento e acesso a saneamento básico. O gênero feminino também foi o mais notificado (332.444). Neste contexto, os estados da BA (F-81.479; M-79.560) e PE (F-79.070; M-55.025), lideram o rank dos acidentes, para ambos os gêneros. Infere-se que, por questões culturais na região, onde a mulher, preferencialmente, é a responsável pela casa, este gênero é o mais acometido por este tipo de agravo, uma vez que o mesmo está intimamente relacionado ao ambiente domiciliar. Em relação aos parâmetros de cura, os dados apresentam-se acima dos 79%, considerando raça e gênero. Neste parâmetro, os Estados da BA (70.194) e PE (50.230) também lideram o rank.
CONCLUSÕES
De acordo com o exposto, verifica-se que os acidentes escorpiônicos no Nordeste apresentam uma distribuição de raça, gênero e cura específicos para esta região e com incidências importantes.

Palavras-chave

Escorpionismo - Nordeste do Brasil - Saúde Pública - Epidemiologia

Agradecimentos

CNPq, CAPES, UEFS, UEPB.