Dados do Trabalho


Título

Infecção por Tripanosomatídeos em tatus e tamanduás (Mammalia; Cingulata e Pilosa) no Centro-Oeste do Brasil.

Introdução

Cingulata (tatus) e Pilosa (tamanduás e preguiças) são autóctones das Américas e apresentam um antigo processo de interação com tripanosomatídeos.

Objetivo (s)

Diagnosticar a infecção por tripanosomatídeos em tatus e tamanduás no Centro-Oeste do Brasil.

Material e Métodos

Amostras de coágulo sanguíneo de 4 espécies de tatus e 1 de tamanduá foram coletadas no Pantanal da Nhecolândia e Cerrado do Mato Grosso do Sul entre 2011 e 2021. O DNA foi extraído através de protocolo in house e o diagnóstico realizado através de Nested PCR direcionado ao alvo 18S SSU rDNA. Amostras positivas são submetidas ao sequenciamento de Sanger e as sequências analisadas utilizando SeqMan, GenBank e MEGA. As árvores filogenéticas são construídas utilizando as metodologias de Neighbour-Joining e Máxima Verossimilhança.

Resultados e Conclusão

Até o momento, 68 amostras foram submetidas à nPCR, sendo que 34% (23/68) apresentaram resultado positivo e outras 23% (16/68) resultado inconclusivo, as quais serão submetidas a novas análises. Nove amostras positivas foram sequenciadas onde identificamos a infecção por Trypanosoma cruzi DTU TcII/V/VI em Cabassous unicinctus squamicaudis (tatu-de-rabo-mole-pequeno) e em Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira). Foi identificado pela primeira vez, T. rangeli e T. dionisii em diferentes indivíduos de M. tridactyla. Além disso, em duas amostras de um mesmo tamanduá-bandeira, coletadas em diferentes períodos, foram identificadas infecção por Bodo saltans e T. minasense, respectivamente, porém com identidades de 96% com sequências de referência, um valor baixo para definição taxonômica. Novas análises estão sendo realizadas para refinar esses resultados. O encontro de B. saltans em um tamanduá-bandeira é surpreendente. Ainda que este protozoário já tenha sido descrito em outros mamíferos, esta espécie é considerada de vida livre e comum em campos alagados (mesmo local onde o tamanduá é encontrado no Pantanal), sendo a ingestão de água contaminada uma possível fonte de infecção. Já em relação a T. minasense (até hoje, encontrada somente em primatas), nossa hipótese é de que podemos estar diante de alguma espécie não descrita, ou da espécie T. legeri, já descrita em tamanduás, mas sem sequência depositada, ou de alguma variação da espécie T. minasense.

Palavras-chave

tripanosomatídeos, coágulo, tatu, tamanduá, Cerrado, Pantanal

Agradecimentos

PEC (IOC/Fiocruz), CNPq, FAPERJ, Projeto Tatu-Canastra, Projeto Bandeiras & Rodovias.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Julia Andrade Cunha Ramos, Alice Pereira Berbigier, Fernanda Moreira Alves, Débora Regina Yogui, Mario Henrique Alves, Danilo Kluyber, Arnaud Léonard Jean Desbiez, Ana Maria Jansen, André Luiz Rodrigues Roque