Dados do Trabalho


Título

Avaliação da dinâmica de coinfecção pelos arbovírus Chikungunya e Mayaro em uma colônia de Aedes aegypti coletada na Região Metropolitana do Recife-Pernambuco

Introdução

O panorama epidemiológico mundial atual é caracterizado por cenários de co-circulação de diferentes arbovírus em uma mesma região, como no Brasil, onde há a ampla circulação viral, tais como Dengue (DENV), Febre Amarela (YFV), Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV). Além destes, o vírus Mayaro (MAYV) é apontado como um potencial emergente no ambiente urbano, diante da ampla circulação de potenciais vetores, como Aedes aegypti, e hospedeiros susceptíveis. Essa combinação é condição Sine qua non para um possível cenário epidemiológico preocupante no país.

Objetivo (s)

Avaliar a dinâmica de coinfecção por CHIKV e MAYV em uma colônia de Ae. aegypti advinda da Região Metropolitana do Recife (RMR), Pernambuco.

Material e Métodos

A partir de uma alimentação oral artificial de Ae. aegypti, foi realizado um experimento de coinfecção com CHIKV e MAYV. Este experimento foi organizado em quatro grupos: grupo controle negativo, grupo infecção por MAYV, grupo infecção por CHIKV e grupo coinfecção MAYV e CHIKV. Para confirmar as infecções com vírus a partir dessas alimentações, mosquitos de cada grupo foram coletados ao fim da alimentação (dia zero) e submetidos a RT-qPCR e titulação em ensaio de placa. Para avaliar a dinâmica viral, foram coletados intestinos e carcaças no 6º e 12º dia pós-exposição (dpe) a fim de calcular as taxas de infecção (TI) e disseminação (TD), respectivamente, e salivas no 7º e 13º dpe para calcular a taxa de transmissão (TT) de cada vírus.

Resultados e Conclusão

Os mosquitos coletados no dia zero foram positivos para os respectivos vírus testados com o título de 8,5 x 105 PFU/ml para MAYV e 2,2 x 105 PFU/ml para CHIKV. A monoinfecção por MAYV apresentou uma TI de 100% no 6º dpe e 80% no 12º dpe, uma TD de 100% no 6º dpe e uma TT de 20% no 7º dpe. A monoinfecção por CHIKV apresentou uma TI de 100% no 6º e 12º dpe, uma TD de 100% no 6º dpe e sem transmissão no 7º dpe. Na coinfecção, a TI para MAYV foi de 86,6% no 6º dpe e 100% no 12º dpe, enquanto que para CHIKV foi de 93,3% no 6º e 12º dpe. A TD para MAYV e CHIKV foi de 100% no 6º dpe. A TT para MAYV foi de 30,7% no 7º dpe, enquanto que para CHIKV foi de 14,3%. Os próximos passos do estudo serão a finalização das análises das taxas (TD para o 12º e TT para o 13º dpe) e repetição do mesmo experimento a fim de obter resultados em duplicata.

Palavras-chave

Aedes aegypti; arbovírus; coinfecção.

Agradecimentos

Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE).

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Maria Eduarda dos Santos Pereira de Oliveira, Larissa Krokovsky, Duschinka Ribeiro Duarte Guedes, Constância Flávia Junqueira Ayres, Marcelo Henrique Santos Paiva