Dados do Trabalho


Título

Características clínicas associadas às variantes Gama, Delta, Ômicron e DL.1 do SARS-CoV-2 no estado de Pernambuco entre 2021 e 2022

Introdução

Desde o início da pandemia de COVID-19, mais de 687 milhões de casos e 6,9 milhões de mortes foram registrados. Devido à alta taxa de mutação do SARS-CoV-2, variantes têm surgido e podem configurar implicações clínicas e epidemiológicas, além de prejuízos à eficácia das vacinas.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre a ocorrência de variantes de preocupação e a necessidade de hospitalização e desfecho clínico de pacientes com COVID-19 no estado de Pernambuco, Brasil.

Material e Métodos

Os dados clínicos foram recuperados por meio dos registros da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco e os dados genômicos do SARS-CoV-2 a partir do banco de dados GISAID. Foram incluídos casos confirmados e com dados genômicos de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. A classificação dos casos de acordo com as variantes foi realizada por meio de inferência a partir do período de maior circulação das variantes, utilizando pontos de corte acima de 90 e 70% de prevalência para os anos 2021 e 2022, respectivamente. As análises estatísticas foram realizadas no programa JASP v.0.17.1.

Resultados e Conclusão

Entre janeiro e junho de 2021, foi detectada prevalência da variante Gama (P.1) superior a 90%. A variante Delta (B.1.617.2, AY.*), por sua vez, apresentou prevalência acima de 90% durante os meses de setembro a dezembro de 2021. Em seguida, de janeiro a fevereiro de 2022, a variante Ômicron (B.1.1.529, BA.1, BA.1.1, BA.2, BA.4, BA.5) ultrapassou 70% do total de casos de COVID-19. Por outro lado, a variante DL.1 apresentou prevalência acima de 70% entre outubro e novembro de 2022. Diante disso, um total de 163.291 casos de COVID-19 foram incluídos no estudo: 78.191 casos da Gama (47,88%), 7.974 da Delta (4,88%), 68.072 da Ômicron (41,69%) e 9.054 da DL.1 (5,54%). A maioria dos casos de COVID-19 ocorreu em indivíduos do sexo feminino (57,10%), bem como em pessoas entre 20 e 49 anos de idade (56,46%). Os sujeitos infectados pela Gama apresentaram maior necessidade de hospitalização quando comparados com aqueles infectados pela Ômicron (p=0,005). Foi observada uma maior frequência de óbitos durante o período de circulação da variante Gama em comparação com o período de circulação das variantes DL.1 e Ômicron (p<0,001). Os achados deste trabalho contribuem para a compreensão da dinâmica de disseminação das variantes e sua associação com características clínicas de indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2.

Palavras-chave

COVID-19, Gama, Delta, Ômicron, DL.1, hospitalização, óbito

Agradecimentos

FACEPE

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Sávio Luiz Pereira Nunes, Chirles Araújo de França, Samily Aquino de Sá Oliveira, Carlos Dornels Freire de Souza, Anderson da Costa Armstrong, Rodrigo Feliciano do Carmo