Dados do Trabalho


Título

Microrganismos zoonóticos em cães e animais silvestres de uma região do Nordeste do Brasil

Introdução

Os animais silvestres podem funcionar como reservatórios de microrganismos zoonóticos, que são transmitidos para o homem por meio de vetores ou através do contato e ingestão da carne de caça desses animais. Um fator que tem sido considerado de extrema relevância para esse tipo de ocorrência é o crescimento exponencial da população humana, promovendo mudanças ecológicas e uma aproximação ao habitat desses animais. Cães são bioindicadores de alguns desses microrganismos zoonóticos, auxiliando na detecção de áreas prioritárias para o controle de algumas doenças negligenciadas.

Objetivo (s)

Foi objetivo deste estudo avaliar a ocorrência de microrganismos zoonóticos em animais silvestres e cães domiciliados do distrito de Santo Inácio, município de Gentio do Ouro, Bahia, Nordeste do Brasil.

Material e Métodos

Os animais silvestres foram capturados em áreas de afloramentos rochosos, enquanto os cães foram amostrados em ambiente domiciliar com autorização prévia dos tutores. Amostras de sangue total foram coletadas de 31 animais silvestres e 40 cães. Estas amostras foram submetidas a extração de DNA e a técnica de PCR para detecção dos seguintes microrganismos: Leishmania sp., Dirofilaria sp., Babesia sp. e Ehrlichia canis.

Resultados e Conclusão

Dos animais silvestres, Kerodon rupestris apresentou positividade para Babesia sp. 40% (2/5) e Thrichomys sp. estava infectado tanto para Babesia sp. 4,3% (1/23) quanto para L. infantum 4,3% (1/23). Os cães estavam infectados por L. infantum 7,5% (3/40), Babesia sp. 2,5% (1/40) e E. canis 2,5% (1/40). Os resultados mostram que os animais silvestres possibilitam a manutenção de dois microrganismos na região estudada: Babesia sp. e L. infantum. Os cães são o elo de ligação entre o ambiente silvestre e doméstico, estando infectados neste estudo pelos mesmos agentes infecciosos dos animais silvestres. Estes dados alertam para a importância do desenvolvimento de atividades de educação em saúde sobre esses agentes infecciosos com a população do distrito de Santo Inácio.

Palavras-chave

Babesia sp , Ehrlichia canis, Kerodon rupestris, Leishmania infantum , Thrichomys sp.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Flavia Santos , Aline Batista Barbosa, Sabrina Mota Lambert, Bárbara Maria Paraná da Silva Souza, Jairo Torres Magalhães-Junior, Ianei Oliveira Carneiro, Jéssica Samile Sousa Santos, Maurício Santos Conceição, Alini Dias Pauda, Marcondes Pessoa Freitas, Carlos Roberto Franke