Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DA PRESENÇA E PERSISTÊNCIA DO SARS-CoV-2 EM ÁGUAS DO RIO E ESGOTO DO MUNÍCIPIO DE SALINAS – MG DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Introdução

Sabe-se que partículas do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, podem ser encontradas em fezes de pessoas infectadas, o que torna o monitoramento de águas residuais uma importante ferramenta para vigilância epidemiológica. No entanto, pouco se sabe sobre a viabilidade do monitoramento de águas residuais em pequenas cidades com baixo índice de desenvolvimento e distantes dos grandes centros urbanos, e também sobre a presença do SARS-CoV-2 em rios que recebem despejo de esgoto doméstico, como ocorre no município de Salinas, no Norte de Minas Gerais.

Objetivo (s)

Nesse contexto, esse trabalho propôs o monitoramento da presença de SARS-CoV-2 no esgoto e em dois pontos do Rio Salinas, realizado entre os meses de junho a dezembro de 2021, e a comparação com os dados epidemiológicos da cidade.

Material e Métodos

Quinzenalmente, realizou-se amostragem composta em frascos esterilizados, totalizando 13 coletas de esgoto e 26 de rio (13 por ponto). As amostras foram transportadas para o laboratório do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas, onde passaram por um processo de acidificação e pré-concentração utilizando um sistema de filtração por membranas eletronegativas. Após a filtragem, as membranas foram criopreservadas em presença de RNA later e enviadas para o diagnóstico molecular através da técnica de real time RT-qPCR na Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

Resultados e Conclusão

Das 13 amostras de esgoto coletadas, foi possível detectar a presença do RNA viral em 7, sendo elas: entre junho e agosto, 6 amostras, quando o somatório de casos confirmados foi de 1550, e também na primeira coleta do mês de outubro. Nas demais coletas (6), não encontramos indícios de RNA do SARS-CoV-2, o que se relaciona à queda do número de casos ativos durante o mesmo período no município observado (41 casos confirmados de outubro a dezembro). Em contrapartida, todas as 26 amostras do rio testaram negativo para a presença de SARS-CoV-2, possivelmente devido à grande diluição do esgoto nas águas superficiais. Os resultados demonstram a viabilidade da vigilância de águas residuais para o SARS-CoV-2 em municípios distantes dos grandes centros urbanos, em que a capacidade de testagem da população é reduzida. Ademais, notou-se uma redução significativa nos percentuais de detecção do SARS-CoV-2 nas amostras de esgoto após a disponibilização das vacinas na cidade.

Palavras-chave

SARS-CoV-2; MONITORAMENTO; EFLUENTES

Agradecimentos

Ao CNPq processos Nº 401933/2020-2 e 400284/2022-7.