Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NA BAHIA ENTRE 2018 E 2022

Introdução

O escorpião é um animal peçonhento de alta plasticidade ecológica, cuja disseminação está associada às regiões tropicais e subtropicais, onde o escorpionismo é uma doença tropical negligenciada. A incidência dos acidentes escorpiônicos varia com a espécie do escorpião, aspectos geográficos e a interação do homem no espaço. Assim, entender o perfil epidemiológico do escorpionismo auxilia no desenvolvimento de medidas preventivas.

Objetivo (s)

Verificar o perfil epidemiológico do escorpionismo entre os anos de 2018 e 2022 no estado da Bahia.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, baseado em dados secundários, coletados em abril de 2023, disponibilizados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do SUS e referentes às características epidemiológicas do escorpionismo na Bahia, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022. As variáveis analisadas foram a relação do trabalho com os acidentes, sexo, raça, faixa etária e escolaridade. Os dados obtidos foram submetidos à estatística descritiva.

Resultados e Conclusão

Durante o período analisado foram notificados 95.911 casos de escorpionismo na Bahia. O maior número de casos foi notificado em 2019, com 22% (n=20.970) do total, já o menor ocorreu em 2021, com 17,7% (n=16.956). A maioria dos acidentes não estão relacionados ao trabalho, com 75,9% (n=72.787) das notificações. Referente ao sexo, 50,15% (n=48.106) dos casos ocorreu em mulheres, 49,79% (n=47.758) em homens e 0,05% (n=47) foi ignorado. O registro foi expressivo em pessoas pardas, representando 62,52% (n=59.971) das notificações, seguidos de pessoas brancas e pretas, com 10,54% (n=10.110) e 10,13% (n=9.723), respectivamente. Houve predomínio em indivíduos entre 20 e 39 anos, com 30,34% (n=29.100) dos registros. Os indivíduos com 1ª a 4ª série incompleta e 5ª a 8ª série incompleta foram maioria, representando 10,87% (n=10.433) e 9,43% (n=9.045), respectivamente. Os resultados do presente estudo apontam maior ocorrência do escorpionismo em indivíduos fora do ambiente de trabalho, do sexo feminino, pardos, com ensino fundamental incompleto e entre 20 e 39 anos. A elevada ocorrência dos acidentes escorpiônicos denota a Bahia como uma área endêmica, o que sugere a adoção de medidas de prevenção e controle, além de novos estudos que a relacionem com variáveis socioeconômicas.

Palavras-chave

Animais Venenosos, Epidemiologia, Picada de Escorpião.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Mariana Albuquerque de Brito, Ana Paula de Souza Ramos