Dados do Trabalho


Título

Comparação de três testes sorológicos para detecção de anticorpos anti-Coxiella burnetii em pacientes com febre Q aguda

Introdução

Alguns estudos comparativos de técnicas de diagnóstico para febre Q em populações animais já foram publicados, entretanto, não foram encontrados estudos que avaliassem a precisão das técnicas para o diagnóstico humano.

Objetivo (s)

Avaliar o desempenho de um ensaio de imunofluorescência comercial (IFA comercial), um ensaio de imunofluorescência interno (IFA in house) e um ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) na detecção de anticorpos contra Coxiella burnetii no soro de pessoas com febre Q aguda e de pessoas sem a doença.

Material e Métodos

As amostras (n = 200) foram obtidas por conveniência do banco de soros do Instituto Adolfo Lutz de Bauru e correspondem a soros de pacientes com sintomas febris atendidos em municípios do estado de São Paulo. Todos esses soros foram submetidos ao teste padrão ouro para diagnóstico da febre Q, um ensaio comercial de imunofluorescência (IFA comercial), revelando um total de 81 amostras soropositivas e 119 soronegativas. Como se tratava de pacientes febris com sintomas de doença aguda, eles foram submetidos à detecção específica de anticorpos IgM anti-fase II, garantindo que eram pacientes no início da infecção e com títulos característicos de febre Q aguda. Em seguida, todas as amostras foram testadas para IFA in house e ELISA. Os resultados da IFA comercial foram comparados com os resultados da IFA in house e do ELISA. A concordância qualitativa foi avaliada pelo cálculo do coeficiente Kappa. As associações entre a febre Q aguda e os resultados sorológicos foram exploradas calculando-se a sensibilidade, a especificidade, os valores preditivos positivos e negativos, a precisão, a razão de verossimilhança do teste positivo e a razão de verossimilhança do teste negativo.

Resultados e Conclusão

O IFA interno demonstrou boa concordância com o teste comercial, apresentando alta sensibilidade (91%) e especificidade (97%), e um coeficiente Kappa de 0,8954. O teste ELISA indireto apresentou menor concordância com o padrão ouro, mostrando baixa sensibilidade (67%), embora a especificidade da técnica tenha sido alta (97%) e o coeficiente Kappa tenha sido moderado (0,6631). Este é o primeiro estudo de comparação de técnicas sorológicas para febre Q aguda em pacientes humanos, e o primeiro a validar um teste produzido in house. A IFA interna demonstrou ser uma excelente alternativa para o diagnóstico da febre Q, permitindo redução nos custos de importação de kits e alta sensibilidade diagnóstica.

Palavras-chave

Febre Q, humano, doença aguda, sorodiagnóstico.

Agradecimentos

FAPESP, CNPq, FUNED e IAL-Bauru

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Danilo Alves de França, Mateus de Souza Ribeiro Mioni, Felipe Fornazari, Nássara Jabur Lot Rodrigues, Ana Íris de Lima Duré, Marcos Vinícius Ferreira Silva, Virgínia Bodelão Richini-Pereira, Helio Langoni, Jane Megid