Dados do Trabalho
Título
Caracterização do lipidoma de amastigota L. infantum
Introdução
A Leishmaniose Visceral é causada por Leishmania infantum no Brasil. É um parasito digenético: promastigota (no inseto vetor) e a amastigota (intracelular). As amastigotas habitam o fagolisossomo da célula e modulam a resposta dos macrófagos. Enquanto a promastigota é mais dependente da glicólise, para a amastigota é a β-oxidação. Assim, os lipídios são um das fontes de energia para o parasito intracelular. Além disso, a amastigota pode incorporar lipídios do hospedeiro para a sua composição lipídica, e também, essas biomoléculas desempenham um papel significativo na persistência intracelular da Leishmania.
Objetivo (s)
Caracterizar o lipidoma de amastigotas de L. infantum isoladas de macrófagos THP-1 infectados, a fim de compreender a adaptação do metabolismo do parasito em sua forma intracelular e o papel dos lipídios na evasão da resposta imunológica e sobrevivência no interior do macrófago.
Material e Métodos
Para isso, macrófagos humanos derivados de monócitos THP-1 foram infectados com promastigotas L. infantum em fase estacionária na proporção de 10:1. Os parasitos intracelulares foram recuperados e isolados por meio de centrifugação em uma coluna de Ficoll400, tanto no tempo zero quanto 24 horas após a infecção. Foi realizada uma análise global da composição lipídica das amastigotas por meio da lipidômica em ambos tempos de estudo.
Resultados e Conclusão
Analisamos o lipidoma da amastigota comparando com a composição lipídica do macrófago infectado e, 265 espécies moleculares lipídicas foram diferencialmente encontradas, demonstrando diferenças claras no lipidoma de macrófagos humanos e de L. infantum. Os macrófagos apresentaram maior enriquecimento de fosfolipídeos ligados a ácidos graxos poli-insaturados, esfingomielinas e triglicerídeos com cadeia longa e insaturada. Já a L. infantum apresentou maior quantidade de éster de colesterol, triglicerídeos com ácidos graxos com cadeia curta e saturada, e ceramidas. A caracterização dos lipídios de amastigotas L. infantum podem contribuir para o entendimento do metabolismo lipídico do parasito, além de serem dados inéditos na literatura sobre o lipidoma do parasito intracelular. Além disso, os dados podem apontar novos alvos para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes, além de permitir a identificação de biomarcadores lipídicos específicos para o prognostico e monitoramento da progressão da Leishmaniose Visceral.
Palavras-chave
Leishmaniose Visceral; Leishmania (L.) infantum; Lipidômica; Amastigotas; Lipídios
Agradecimentos
Fapesp; Capes, LIM-38-HC-FMUSP, FAPESQ-PB.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
CÍNTHIA SIESS PORTUGAL, Christiane Yumi Ozaki, Eduardo Milton Ramos-Sanchez, Adriano Britto Chaves-Filho, Marcos Yukio Yoshinaga, Sayuri Miyamoto, Hiro Goto