Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico da sífilis em gestantes no estado do Ceará

Introdução

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, de evolução crônica, causada pelo Treponema pallidum. Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários estágios clínicos. A ocorrência de sífilis pode complicar a gestação, levando a mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura das crianças.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico da sífilis em gestante no estado do Ceará, no período de 2005 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo. Os dados de notificação dos casos foram extraídos no mês de abril de 2023, através do endereço eletrônico: http://indicadoressifilis.aids.gov.br/, utilizando de forma secundaria os dados relacionados aos casos de sífilis gestacional no estado do Ceará, entre os anos de 2005 a 2022, tendo como variáveis o perfil sociodemográfico e as características da assistência pré-natal. Para o processamento e a análise dos dados, foi utilizado o Microsoft Excel. Os dados foram organizados em tabelas e analisados por meio de estatística descritiva. A pesquisa não necessitou de aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa por trabalhar com dados secundários de domínio público, não identificando nenhum de seus integrantes.

Resultados e Conclusão

No período avaliado a maior parte das gestantes notificadas com sífilis estavam na faixa etária de 20 a 29 anos, escolaridade com ensino fundamental incompleto, em relação ao critério raça/cor eram pardas. No período de 2005 a 2022, foram notificados 17.367 casos de sífilis em gestantes, um aumento na taxa de detecção, passando de 5,4 no ano de 2012 para 20,6 em 2021. Em relação ao momento do diagnóstico de sífilis, observou-se que, em 2022, 43,4% das mulheres grávidas foram diagnosticadas no primeiro trimestre de gestação e 36,4% das gestantes foram classificadas com sífilis primária.
A sífilis gestacional está associada com o perfil socioeconômico das gestantes com menor acesso à saúde de qualidade e à assistência do pré-natal. Ao longo da série histórica, nota-se positivamente as gestantes diagnosticadas no primeiro trimestre de gestação e classificadas com sífilis primária. Nesse contexto, o presente estudo reforça a importância dos profissionais de saúde na abordagem adequada dos casos de infecção, a adoção de políticas públicas de saúde com medidas assertivas e eficazes, a fim de qualificar a vigilância da sífilis gestacional e reforçar a assistência, visando prevenir complicações a transmissão vertical da sífilis.

Palavras-chave

Epidemiologia Descritiva. Sífilis. Infecções Sexualmente Transmissíveis.