Dados do Trabalho


Título

Avaliação de hidrogel à base de Chlorella vulgaris para cicatrização de lesão decorrente de Leishmaniose Tegumentar Americana: Um relato de caso

Objetivos(s)

O antimoniato de meglumina (Glucantime®) é a primeira escolha terapêutica contra a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), mas os efeitos colaterais e a resistência ao tratamento são frequentemente observados. Assim, estudos com produtos naturais vêm ganhando destaque para novas terapias. O objetivo do estudo é relatar um caso de utilização de hidrogel à base do extrato da microalga Chlorella vulgaris (CV), como adjuvante à terapia da LTA.

Relato do Caso

O extrato foi obtido por meio da ressuspensão da biomassa e sonicação com 10 pulsos de 1 minuto, concentrado por liofilização e incorporado ao carbopol-940. Um paciente do sexo masculino, com lesão ativa, 42 anos de idade, agricultor, com ensino fundamental incompleto (até a 2ª série), proveniente da cidade de Moreno-PE, participou do estudo após a concordância, em seguida foi preenchida uma ficha clínica com informações referentes à anamnese do paciente. As amostras de sangue foram coletadas no pré (dia zero – sem tratamento) e pós tratamento (26 dias após o dia zero), o indivíduo considerado caso apresentou histórico clínico e epidemiológico compatível com LTA, e testes diagnósticos positivos. Foram realizados ensaios de qPCR das amostras de sangue, tendo como alvo molecular o kDNA1 (qPCR-kDNA1) (diagnóstico e quantificação de carga parasitária-cp) e a avaliação da resposta imune (PBMC) por expressão gênica (RT-qPCR por Relative quantification-RQ) para os principais genes reguladores dos perfis de resistência e susceptibilidade. O paciente utilizou o hidrogel uma vez ao dia na lesão (uso externo – tópico) durante 20 dias de tratamento com o Glucantime® (via endovenosa). A parte do corpo acometida pela lesão foi antebraço esquerdo, com diâmetro de 2,5 x 2cm no dia zero com cp negativa. O paciente foi avaliado após seis dias do final do ciclo de tratamento, e este apresentou cicatrização da lesão (cura clínica), com diâmetro de 2,5 x 1,5cm e cp pós-tratamento de 0,067fg/µL. O paciente não se queixou de nenhum efeito colateral após uso do hidrogel, além disso, o tratamento diminuiu os níveis de expressão para todos os perfis em análise (LogRQ Tbx21= 0,334, GATA3=0,347, FOXP3=0,42, RORc=0,403) indicando um possível controle da inflamação e equilíbrio na expressão dos perfis Th1xTh2.

Conclusão

Os dados obtidos destacam a efetividade da CV, com modulação da resposta imunológica, além da atividade leishmanicida/leishmanioestática e não toxicidade nas células humanas, tornando-a forte candidata terapêutica ou adjuvante contra LTA.

Agradecimentos

FACEPE

Área

Eixo 02 | Tecnologia e Inovação em saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Maria Gabriella Nunes de Melo, Alexsandra Frazão de Andrade, Maria Edileuza Felinto de Brito, Isabelle Barreto da Silva Moreira Reino, Jady Moreira da Silva, Sabrina Swan Souza da Silva, Kevin Caio Richardson Pereira dos Santos, Daniela de Araújo Viana Marques, Silvana de Fátima Ferreira da Silva, Raquel Pedrosa Bezerra, Milena de Paiva Cavalcanti