Dados do Trabalho


Título

DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL AO DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS CONGÊNITA: UMA ANÁLISE DO PANORAMA VIGENTE NO BRASIL, 2019-2021

Objetivo (s)

Analisar a assistência no pré-natal dos casos de sífilis congênita (SC) no Brasil, de 2019 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo das notificações de SC no Brasil disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2019 e 2021, acessado em abril de 2023. Incluiu-se as variáveis: realização de pré-natal; quando ocorreu o diagnóstico materno; esquema de tratamento; tratamento da parceria; desfecho; e evolução final do caso. Realizaram-se análises descritivas dos dados, a partir de frequência simples absolutas e percentuais para as variáveis categóricas.

Resultados e Conclusão

Os registros de casos novos de SC tiveram queda nos anos em análise, de forma que foram notificados, respectivamente: 24.571 casos (2019), 21.968 (2020) e 11.556 (2021). A porcentagem de gestantes que não realizaram o pré-natal foi de 12,0% (2019), 12,3% (2020) e 11,6% (2021). Verificou-se, ainda, uma quantidade considerável de gestantes que foi diagnosticada no momento do parto: 31,4% (2019), 33,5% (2020) e 31,5% (2021); ou após o parto: 5,1% (2019), 5,7% (2020) e 6,0% (2021). A maioria das gestantes não cumpriu o esquema de tratamento adequadamente: 52,3% (2019), 47,8% (2020) e 50,0% (2021); ou não o realizou: 28,2% (2019), 32,12% (2020) e 31,4% (2021). O mesmo ocorreu com as parcerias, visto que a maioria não foi tratada: 51,5% (2019), 51,0% (2020) e 52,1% (2021). Os desfechos desfavoráveis, como aborto, natimortalidade e óbito, ocorreram em 7,5% (2019), 7,5% (2020) e 6,9% (2021) das crianças acometidas pela SC. A queda de casos verificada entre 2019 e 2021 incita a necessidade de identificar se é um reflexo de avanços no controle da doença ou subnotificação, especialmente nos anos da pandemia da covid-19. Para mais, cabe considerar que os resultados apontaram para falhas assistenciais, como o diagnóstico tardio, perda de seguimento ou não realização do tratamento pelas gestantes, além de não investigação e tratamento de parcerias, e desfechos desfavoráveis da SC nas crianças. É premente estruturar os serviços de saúde, em especial da Atenção Primária, para a oferta do pré-natal adequado, e promover a educação permanente para a implementação das ações de manejo da sífilis e a educação em saúde para a sensibilização acerca de seu controle, visando mitigar a ocorrência da SC e de seus desfechos desfavoráveis.

Palavras-chave

Sífilis Congênita. Assistência Pré-Natal. Vigilância de Evento Sentinela.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Isadora Gabriella Silva Palmieri, Lucas Vinícius de Lima, Gabriel Pavinati, Giovana Gomes de Oliveira, Gabriela Tavares Magnabosco